Uíge – Quinze obras literárias angolanas foram traduzidas em mandarim, desde 2011, pelo investigador do Centro de Estudos para Desenvolvimento Económico e Social da África (CEDESA), João Shang.
Trata-se das obras “Quem me dera ser onda”, de Manuel Rui Monteiro, “Luanda” (Luandino Vieira), “A montanha da água lilás” (Pepetela), “Uanga”(Óscar Ribas), “Nga Muturi” (Alfredo Troni), “Tesouro de Kianda” (Arnaldo Santos), “Estórias do musseque” (Jofre Rocha) e a “A morte do velho Kipacaça”, da autoria de Boaventura Cardoso.
Consta, igualmente, das obras traduzidas, “Uma vida sem trégua”, de António Agostinho Neto, “Essa dama bate bué” (Yara Monteiro), “Bola com feitiço” (Uanhenga Xitu), “Undengue”, “A dívida da peixeira” e “Pano preto da velha Mabunda, essas últimas de Jacinto de Lemos.
João Shang traduziu também a obra "O principe medroso", uma colectânea de contos de escritores angolanos e de outros países africanos, assim como o livro "Nós matamos o cão tinhoso", do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana.
Em declarações à ANGOP, esta quinta-feira, o também escritor, que abordava o intercâmbio cultural Angola-China, explicou que a intenção de traduzir obras angolanas em mandarim permite que os chineses conheçam Angola, através da leitura, assim como atrair turistas e empresários chineses ao país.
Lembrou que, em 2023, o intercâmbio cultural entre a Angola e China foi “vibrante”, refernido que o Dia da Amizade China-Angola foi marcado com a visita de jornalistas, académicos e jovens angolanos à China, visando desenvolver o intercâmbio e amizade entre os dois países.
Referiu-se, igualmente, à realização do Concurso de proficiência em Língua Chinesa “Chinese Bridge”, dedicado à leitura das obras clássicas chinesas, de fotografia, abertura dos cursos de Língua Chinesa, entre outras iniciativas culturais promovidas pelos dois países.
“Apesar da diferença da cor e da língua, os chineses e angolanos são capazes de se relacionar uns com os outros e de criar laços de fraternidade”, reforçou.
Recordou que, desde 2002, a cooperação política e as trocas comerciais entre Angola e China já alcançaram o auge, mas em relação à cooperação e intercâmbio na área da cultura e educação ainda há necessidade de se trabalhar mais.
Por outro lado, referiu que, em 2023, registaram-se avanços na cooperação Angola-China, desde o volume anual de comércio bilateral que atingiu 23,05 mil milhões de dólares, assim como o facto de Angola voltar a ser o segundo maior parceiro comercial da China em África.
João Shang, residente em Angola há 13 anos, é autor dos romances "Andando em papel branco com cor azul", "África com jaqueta de algodão" e "Contos folclóricos africanos".JAR