Lubango - A Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA) está, desde 2023, a trabalhar na tradução da Bíblia para a língua do grupo SAN, no âmbito da sua responsabilidade social, para que este possa interpretar o livro sagrado no seu próprio idioma.
Os SAN são os primeiros povos a habitarem a região setentrional de África, da qual Angola faz parte, antes da chegada da “grande” migração dos bantu. Hoje, estão localizados em grupos residuais na Huíla, Cunene e Cuando Cubango.
A informação foi hoje, segunda-feira, avançada à ANGOP, no Lubango, pelo Presidente da IESA, Dinis Eurico, realçando que o projecto está a ser desenvolvido em parceria com Missão Evangélica da África do Sul, que também é a financiadora do projecto, cujos trabalhos decorrem no município da Matala.
Destacou que a IESA está comprometida com o seu papel de evangelização integral que atinge todos os povos e todas as línguas, está empenhada na tradução da Bíblia na língua SAN e o projecto está a decorrer com normalidade.
De acordo com o presidente da IESA, até ao momento já foram feitas traduções das histórias do Novo Testamento e decorre a do livro de Génesis, no Antigo Testamento.
Revelou que a tradução envolve 12 pessoas, entre os quais os membros da comunidade SAN, eles próprios é que estão a traduzir e só estão sendo assistidos por técnicos da informática e de tradutores.
Sublinhou que apesar dos SAN serem um povo “tímido”, têm recebido muito bem a mensagem de evangelização e até alguns deles já são obreiros e catequistas nas comunidade onde habitam.
Neste mesmo período, segundo a fonte, está igualmente a decorrer no município de Quilengues, província da Huíla, a tradução da Bíblia para as línguas locais dos nativos da região, designadamente o Oluwanha e Olutchilengue, dois dos 11 variantes do Nyaneka, em parceria com a mesma Missão Evangélica Sul-africana, que deve terminar em três anos.
Em Novembro de 2023, a Sociedade Bíblica de Angola lançou no município da Chibia, província da Huíla, pela primeira vez, a Bíblia traduzida na Língua Nyaneka Muíla, uma das 11 variantes do Nyaneka, cuja elaboração teve a duração de 10 anos.
Um trabalho que contou com a participação de três tradutores, seis revisores, quatro consultores de diversas denominações religiosas e as comunidades onde foram feitos os testes do produto final e teve numa primeira fase uma tiragem de quatro mil 999 exemplares, impressos no Brasil. BP/MS