Talatona - O historiador angolano Tiago Caungo considerou, esta quarta-feira, em Luanda, que o rei Mandume ya Ndemufayo teve morte heróica, apesar do suicídio.
Segundo Tiago Caungo, a morte do soberano dos Kwanyama deixou várias lições de patriotismo tanto para as suas tropas como para as gerações vindouras que lutaram para a independência de Angola.
O historiador, que falava durante uma conferência que reflectia sobre “o lugar de Ohamba Mandume Ya Ndemufayo no quadro da resistência angolana”, considera que o soberano continua a ser ainda hoje uma grande referência quer para Angola quer para a Namíbia.
Na conferência, o historiador traçou um perfil dos feitos de Mandume ya Ndemufayo, destacando a concepção das suas estratégias para manter a soberania do seu povo contra a colonização portuguesa, inglesa e alemã.
O rei Mandume ya Ndemufayo, segundo o palestrante, teve fortes laços com outros soberanos angolanos, de modo a obter ajuda e resistir contra os invasores europeus.
Durante o seu reinado, Mandume ya Ndemufayo fundou a liga Ovambo para expulsar os portugueses, os ingleses e os alemãs do território que hoje é o Sul de Angola e o Norte da Namíbia.
Por outro lado, o historiador revelou na conferência que a imagem de Mandume ya Ndemufayo que é venerada em Angola (uma figura de grande porte fisico) como é apresentada “não é real”.
Esta conferência foi em alusão ao 106 aniversário da morte do soberano destemido dos Kwanyama, que liderou a resistência contra a ocupação colonial europeia na região Sul de Angola e no Norte da Namíbia.
Mandume ya Ndemufayo, figura tida como um dos últimos opositores à ocupação colonial preferiu a morte, por suicídio, a 6 de Fevereiro de 1917, ao invés da rendição.