Ondjiva - A promoção, divulgação e preservação dos hábitos, costumes, valores e tradições das populações indígena angolanas como factor de identidade cultural, foi defendido este sábado, na província do Cunene, pelo historiador Ernesto Cambinda.
Em declaração à ANGOP, a propósito do 9 de Agosto, Dia Internacional dos povos indiginas, disse que em Angola este segmento, localiza-se no sul do país em particular na província do Cunene, mas concretamente os vátuas e os khoisans.
Dados do gabinete da Acção Social indicam o controle, no Cunene, de dois mil e 791 membros da comunidade khoisan, destes mil e 552 no município do Cuanhama, 524 em Namacunde, 411 no Cuvelai, 304 em Ombadja e 799 Vátuas residentes no Curoca.
Esclareceu que os indígenas são povos pré-bantus, considerados como sociedades autóctones ou povos nativos, que apesar do tempo continua a preservar as tradições e costumes.
Ernesto Cambinda disse que, a nível da antropologia cultural, esse povo é considerado “símbolo da identidade angolana”, fazendo com que se remeta à essência da origem dos angolanos.
Devido a raridade dos aspectos culturais deste segmento, constitui um potencial turístico, facto que requer maior divulgação e valorização, numa altura em que o Executivo está apostado na promoção do turismo local.
Para tal, disse ser fundamental que o governo crie políticas para sua fixação, pois que a tendência destes é fugir do convívio com os bantus, devido aos actos discriminatórios e a ocupação do seu território.
“E importante entendermos que estes povos são nómadas e tendem a se deslocar para locais que lhes oferecem condições mínimas de sobrevivência”, salientou.
Entretanto, realçou a necessidade do governo assegurar políticas consentâneas e viáveis para mudar as condições em que vivem esses povos, que actualmente enfrentam desafios ligados à educação, assistência médica e medicamentosa, assistência alimentar e de água, local de assentamento para poderem sobreviver.
Institucionalização da data
O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi instituído pela Organização das Nações Unidas, em 1994, e visa, entre outros fins, assegurar condições de existência minimamente dignas aos povos indígenas de todo o planeta.
A institucionalização da data pretende garantir condições minimamente dignas aos povos indígenas, como o direito à autodeterminação, condições de vida, cultura, bem como a garantia dos direitos humanos.
Segundo a ONU, existem cerca de 370 milhões de povos indígenas em mais de 90 países que, embora perfazem cinco por cento da população total do mundo, são os que mais sofrem os efeitos da exclusão, da perseguição e da pobreza extrema. FI/LHE/SC