Malanje- O vice-governador provincial para o sector Político, Económico e Social, Franco Mufinda, apelou à união de esforços para o resgate dos valores morais, culturais e dos princípios éticos dos povos, rumo à construção de uma sociedade cada vez mais saudável e harmoniosa.
De acordo com o responsável, essa postura deve recair igualmente nas acções do Governo tendentes a preservação dos bens públicos, face à onda de vandalização que se regista um pouco pelo país.
Falando durante uma roda da sabedoria denominada “Mwanza”, realizada quarta-feira (8) no âmbito do dia da Cultura Nacional, o responsável afirmou que as culturas sempre dotaram as pessoas de princípios éticos, capazes de regular os comportamentos dos cidadãos na sociedade.
Por esse facto, realçou que o Governo vem marcando passos significativos no processo de divulgação dos aspectos culturais nas várias vertentes, com vista à expansão da ancestralidade.
Entretanto, exortou a juventude no sentido de consultar com frequência os mais velhos, para que conheça e aprenda a conduzir as etapas da vida, dentro da matriz cultural das suas zonas de origem e do país em geral.
Relativamente ao “Mwanza”, Franco Mufinda considerou como sendo um ritual típico da região de Malanje, que junta ao redor da fogueira figuras de diferentes gerações com o propósito de se transmitir sobre a identidade cultural e preparar a nova geração para os desafios do presente e do futuro.
Disse ser ainda um espaço em que são corrigidas as condutas negativas e reforçadas as boas práticas dos jovens.
Por sua vez, o soberano do Reino do Ndongo e Matamba, Diba Ngola Jungo manifestou a pretensão do seu reinado de aprofundar o grau familiar com os Reinos do Congo, Bailundo, Kwahama e Tchowe, para fazer face ao legado segundo o qual, Angola é um país de uma geração que surgiu da mesma mãe, denominada “Samba”.
O rei garantiu o contínuo trabalho para o resgate dos valores morais, éticos e culturais dos angolanos, e de preparação da juventude para seguir os ideais dos antepassados, bem como a trabalhar com o Governo na resolução dos problemas do povo, para além de prevenir situações que têm estado a provocar desavenças na cultura nacional.
Enquanto isso, o director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Veloso Dala disse ser intenção a realização periódica de encontros inter-geracionais ou Mwanzas, para o resgate da mística dos mais velhos de transmitirem conhecimentos valiosos aos jovens sobre os valores culturais de Angola e de ensinamentos dos desafios do presente e do futuro.
Veloso Dala apelou a juventude a estar cada vez mais dentro dos princípios éticos e culturais do Reino do Ndongo e Matamba.
A par do Mwanza, o dia da Cultura Nacional culminou com a realização de uma palestra sobre “Os princípios Éticos do Povo Ndongo”, dissertada pelo historiador Adelino Ngunza, membro da corte do Reino do Ndongo e Matamba, que visou elucidar a sociedade sobre vários aspectos identitários culturais de Malanje.
Para ele, o diálogo com a juventude e outras entidades da sociedade civil é o método que o Reinado do Ndongo encontrou para transmitir os valores culturais.
A jornada comemorativa do 8 de Janeiro em Malanje decorre sob o lema “Angola 50 anos: Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor” e reserva para sexta-feira uma gala de homenagens aos fazedores de artes e cultura e uma mega excursão turística as quedas de Calandula.
O dia da cultura nacional foi instituído em 1986, em homenagem ao primeiro discurso sobre a cultura nacional, proferido pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda. RM/NC/PBC