Ondjiva – A governadora da província do Cunene, Gerdina Didalelwa, defendeu nesta sexta-feira, na cidade de Ondjiva, a necessidade das famílias transmitirem de forma geracional as línguas maternas, para a valorização e preservação da identidade cultural.
Falando à imprensa, a propósito do 21 de Fevereiro, Dia Internacional da Língua Materna, Gerdina Didalelwa reconheceu que as línguas nacionais são importantes por representar a identidade cultural de um povo.
Disse que as crianças e jovens devem saber falar e escrever as línguas nacionais, o que passa por um trabalho árduo dos próprios pais, para o fortalecimento da identidade etno-linguística das tribos na região.
“Muitas famílias pouco fazem para a divulgação e valorização das línguas na infância, levando a que muitas crianças percam o domínio do património cultural, por falta de incentivo em casa”, salientou.
Fez saber que em Janeiro do presente ano, o governo reuniu o seu Conselho Provincial de Auscultação as Comunidades do Cunene, que visou a recolha de contribuições para o projecto de lei sobre as línguas nacionais.
Lembrou que esta iniciativa mostra que o Executivo está preocupado com a sua preservação, numa altura em que se prevê a nível da Assembleia Nacional a tradução dos debates em línguas nacionais.
Em Angola as línguas nacionais mais faladas são o Umbundo e o Kimbundo.
A data foi instituída em 1999 na Conferência Geral da UNESCO, com objectivo de promover a consciencialização sobre a diversidade linguística e cultural, multilinguismo e preservar todas as línguas faladas pelos povos.
De acordo com a UNESCO, estima-se a existência de mais de sete mil línguas em todo o globo. No entanto, metade destas corre o risco de vir a desaparecer. PEM/LHE/OHA