Huambo – O filme “Cicatrizes”, do actor e realizador angolano Felélé de Papel, estreou, este domingo, no Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, na cidade do Huambo, numa sessão prestigiada por 150 amantes da sétima arte.
Em declarações à ANGOP, Felélé de Papel, pseudónimo literário de Fernando Goy, disse que o filme foi gravado, este ano, na província do Huambo, sobretudo, no município do Bailundo, concretamente na Ombala Yo Mbalundu.
Deu a conhecer que o drama conta com 42 actores angolanos.
O actor, que se estreia como realizador, informou que o filme, numa produção da Ani Music, está centrado no personagem do Tchissupe, um jovem natural do município do Bailundo, que ressalta os aspectos da valorização dos elementos culturais do povo Ovimbundu.
Explicou que o Tchissupe é um jovem apaixonado pelos ritos, hábitos e costumes do Reino do Bailundo, que, por circunstâncias da vida, após, perder os pais, se mudou para a cidade, onde acabou por viver um choque cultural, que o obrigou a estar numa luta de personalidade e identidade, gerando cicatrizes na sua vivência diária.
Felélé de Papel disse que a longa-metragem, de 56 minutos, traz aspectos da valorização e promoção da cultura Ovimbundu, desde o bilinguismo funcional entre o português e o umbundu, para além de apelar para o fim do tribalismo e impulsionar o turismo local.
Frisou que foi difícil realizar o filme, por ser a sua primeira experiência, pois está acostumado a trabalhar como escritor, actor de teatro e não só.
Presente na sessão, o director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos da província do Huambo, Jeremias Piedade, encorajou a contínua aposta no empreendedorismo cultural, para a geração de receitas para o Estado e melhorar a renda dos jovens.
A exibição do filme “Cicatrizes” foi antecedido pela estreia dos vídeos clipes das músicas do Bessa Teixeira “Quelina” e “Me bates por quê”, da Preta Francisco “Empodeirada” e “Mulher rei” e do Drax Ler “Aleluia”. ZZN/JSV/ALH