Luena - O instrumento de percussão Kalyalya mereceu, na noite de sábado, no Luena, referências, no I Festival Regional Leste de Música e Dança denominado Ngeya.
Depois da valorização, em 2022, do instrumento musical Cinguvu, a organização do Ngeya destacou a importância do Kalyalya como forma de valorizar, preservar e divulgar os hábitos e costumes da região leste do país.
Trata-se de um instrumento em vias de extinção, que carece, tal como tantos outros, ser exibido constantemente, numa acção que deve envolver o governo, instituições privadas, especialistas, estudantes, entre outros actores sociais.
Kalyalya é fabricado com base em madeira e uma cabaça, para ser utilizado nas músicas clássicas da região leste que engloba as províncias do Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte.
O instrumento produz o som de uma guitarra e piano.
A divulgação, preservação e valorização evitará que o Kalyalya, Kakolondondo ou Kissange, em outras regiões do país, desapareçam do leque de instrumentos musicais do país.
Rodrigues Maia, ancião de 77 anos de idade, disse ser um dos poucos que ainda fabrica o instrumento musical, pois os jovens "ignoram" a passagem de testemunho no fabrico do Kalyalya.
Descreveu o som do instrumento, que é conhecido em outras paragens do mundo, como apaziguador da alma e reconfortante para quem o usa ou ouve.
O festival, patrocinado pela Sociedade Mineira de Catoca, visa resgatar o diálogo intercultural, encontro de gerações e de construção de legados para promoção da multicultural destas três províncias de Angola.
O evento, sem fins competitivos, teve a participação de 11 grupos folclóricos, para além de 44 artistas de músicas modernas que actuaram no primeiro dia do festival.
Os 11 grupos participantes directos do festival Ngeya, um termo do povo Cokwe que em português significa euforia ou festa, receberam um milhão de Kwanzas, cada. LTY/YD