Luanda - Fazedores de teatro angolano defenderam, nesta segunda-feira, a necessidade de maior divulgação das obras cénicas nos distintos órgãos de comunicação social, para a promoção e valorização desta arte em Angola.
Em declarações à ANGOP, a propósito da pouca adesão às casas de teatro, registada nos últimos tempos na província de Luanda, os fazedores clamaram por políticas que possibilitam a divulgação das suas obras nos órgãos públicos e privados, de forma menos onerosas.
Segundo os criadores, a falta de publicidade condiciona o desenvolvimento do teatro no país, uma vez que muitos cidadãos não frequentam estas casas por desconhecimento dos grupos teatrais e respectiva programação.
Os “homens da arte” falaram também da qualidade das obras cénicas, da insuficiência de salas de exibição e da exiguidade de verbas para o marketing.
Segundo o director-geral do Grupo Horizonte Njinga Mbandi, Adelino Caracol, as enchentes nas salas de espectáculos acontecem actualmente quando há uma peça em estreia.
O director advogou a implementação de políticas de subvenção para publicidade ou divulgação de actividades culturais, particularmente o teatro.
Já o director do grupo Amazonas, Chance Elchadai, pediu apoio para a realização de concursos de teatro, programas televisivos e a inclusão da cadeira de teatro no ensino primário e secundário.
Chance Elchadai pediu igualmente a construção de salas de teatro nos municípios e províncias que compõem Angola.
Ainda nesta senda, a actriz Marlene Rafael, do Grupo Super Pakata, referiu que os actores que não participam em projectos televisivos ou cinema, encontram grandes dificuldades para atrair o público às salas de teatro.
“Nós sofremos muito com essa situação, porquanto criar um espectáculo de teatro é um investimento. Colocamos dinheiro para comprar figurinos, adereços e outros elementos que pertencem à peça, mas no final das contas não conseguimos rever metade do valor investido”, lamentou.
Corroborando da ideia, o director-geral do grupo Palanca Teatro, Domingos Nhanga, disse que a falta de publicidade massiva tem contribuído negativamente para o teatro.
Sobre Malanje, sede do grupo, Domingos Nhanga falou que a província dispõe de poucas salas de exibição para o teatro.
Pediu ao Governo para olhar o teatro como uma indústria, criando salas com perfeitas condições, de modos a incentivar as pessoas a aderirem ao teatro.
Já o vice-coordenador do grupo teatral "Kufikissa", Josinaldo Miller, salientou que, na província do Cuanza-Norte, os grupos teatrais têm feito muitos espectáculos, apesar das dificuldades.
"Temos de trabalhar o suficiente para manter o teatro como rotina diária dos cidadãos", avançou. AMC/CPM/AB/OHA