Sumbe – Actores na cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, pediram, esta terça-feira, ao Governo local, a criação de mais espaços para realização de actividades culturais, para a dinamização das artes cénicas.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Dia Nacional da Cultura, a assinalar-se quarta-feira (8), os artistas consideraram que a cultura está, ao nível da província do Cuanza-Sul, muito aquém do desejado, como resultado da pouca atenção que se dá fazedores de artes cénicas.
O actor Henriques Chambula disse que a cultura está estática na província do Cuanza-Sul por falta de indústrias e políticas para desenvolver o teatro como arte.
Afirmou que a facto de salas de espectáculos e o fraco apoio aos artistas tem tornado, cada vez mais, as artes cénicas num cenário bastante estático.
Explicou que maior parte dos grupos teatrais têm realizado os seus espectáculos em salas improvisadas e sem condições para a encenação.
Recordou que o Cuanza-Sul já teve momentos altos com representação em grandes palcos nacionais e internacionais, o que hoje em dia deixou de existir.
Lamentou a forma como algumas músicas estão a ser promovida, mesmo com mensagens pouco dignas, para uma sociedade que pretende resgatar os valores morais e culturais.
Henriques Chambula disse que o teatro constitui um dos elementos essenciais para o resgate e transmissão à nova geração dos hábitos e costumes.
O presidente da Associação Provincial do Teatro no Cuanza Sul, Noé Arão, disse que a falta de espaços para ensaios, exibição de peças teatrais e de apoios financeiros constituem as grandes condicionantes para a massificação das artes cénicas.
Disse ser necessário que os empresários apostem nos projectos artísticos, por formas a tirar a juventude do consumo de bebidas alcoólicas e droga.
Salientou que o fraco desenvolvimento cultural está associado à falta de valorização das iniciativas dos fazedores das artes, pois, apesar de apresentarem trabalhos viáveis, não encontram abertura para apoios.
Disse que o Governo deve fazer a sua parte com a criação de condições para o desenvolvimento da cultura local, pois o Cuanza-Sul possui um mosaico cultural muito vasto, desde a Kimbuelela, o Katambi, entre outras danças.
Para o director artístico do grupo Filhos de D´art, Katuri Andrade, a cultura evoluiu com as condições materiais e, em cada etapa, corresponde a uma forma de expressão e de concretização de actos culturais, pois resulta da situação material e do estado do desenvolvimento social.
Para assinalar o 8 de Janeiro, esta agenda visitas guiadas ao Farol do Sumbe, ao monumento Vasco da Gama, heróis de 25 de Março e o Fortim do Quicombo. IS/LC/ALH