Benguela – Doze artistas das províncias de Benguela e Luanda participam, desde esta sexta-feira, na primeira edição da exposição colectiva denominada Pop-Up Galeria Tamar Golan - “Angola nas Telas da Solidariedade”, apurou a ANGOP.
Nessa colecção interprovincial, patente no Museu Nacional de Arqueologia, Benguela está presente com obras de Abias Ukuma, Álvaro Sampaio, Carla Peairo, Dyra Santos, José Bento e Jó Delgas.
Já Luanda é representada pelos artistas Azevedo Muhanguena, Adilson Vieira, Gilberto Kapitango, Jaime Alfredo, Isabel Landama e Zeca Lukombo.
Este projecto, lançado, em primeira mão, em Benguela, sob a égide da Fundação Arte e Cultura, em colaboração com a companhia aérea nacional – TAAG, e a União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), surge para dar visibilidade aos artistas plásticos.
Focado em promover as artes plásticas angolanas e apoiar jovens artistas emergentes, sobretudo fora de Luanda, a exposição Pop Up Galeria Tamar Golan prevê realizar-se trimestralmente em diferentes províncias do país.
Entre as obras expostas, destaque para os “Sonas” (desenhos na areia praticados pelo povo tchokwe) de Carla Peairo, o gingar do Tchingandji e a máscara Tchikuza de Jó Delgas, a Dança das Kaviúlas de Abias Ukuma, o surrealismo das obras de Dyra Santos ou o realismo de José Bento.
Segundo a organização, cada artista, com suas técnicas únicas e abordagens estéticas, preenche a lacuna entre a inovação moderna e as raízes tradicionais, criando obras que ressoam tanto com a profundidade histórica quanto com a relevância contemporânea.
Juntos, esses artistas exemplificam o rico tecido da arte contemporânea angolana, sendo suas obras um testemunho do poder da expressão artística para unir diferentes eras e culturas.
A propósito, o director da Galeria Tamar Golan, sediada em Luanda, Xavier Narciso, destacou a parceria com a TAAG e a UNAP, no intuito de estender a exposição às 18 províncias do país e dar oportunidade a artistas emergentes fora da capital.
Xavier Narciso anunciou que, depois de Benguela, a intenção é levar a colecção para as províncias da Huíla e do Huambo.
Dessa forma, diz pretender-se ajudar, com as receitas arrecadadas, crianças com talento para as artes plásticas em centros de acolhimento, podendo ser integradas nas exposições.
Por sua vez, Álvaro Sampaio, artista benguelense radicado em Luanda, disse que esta exposição itinerante e abrangente dá luz à solidariedade através das artes plásticas angolanas.
Para isto salientou que o valor de cada obra vendida vai reverter-se a favor tanto dos novos talentos das artes plásticas no anonimato quanto das crianças em situação de risco em diferentes províncias.
Álvaro Sampaio referiu que, agora, o desafio é cativar e incentivar os novos talentos que despontam nas artes visuais.
O jovem, que participa com duas obras, nomeadamente “Don´t Kill My Dreams” (Não mate meus sonhos) e “Folclore”, agradece à organização por tornar abrangente este projecto.
“Como artistas de Benguela, estamos agraciados pela primeira edição e sinto-me motivado, pois é o reconhecimento do trabalho árduo que tenho vindo a fazer”, explica, visivelmente satisfeito.
Daí ter Álvaro Sampaio apelado à comparência do público para não só conhecer a obra de artistas locais e de Luanda, como também adquiri-la de forma a ajudar as crianças com potencial artístico. JH/CRB