Luanda - A Casa Museu Óscar Ribas, em parceria com o Centro Cultural de Angola na Bahia, realiza, em Angola e no Brasil, a II edição da Expo-Ribas, no período de 17 a 25 de Agosto do corrente ano.
Sob o lema “Turismo de Memória”, esta II Edição da Expo, surge no quadro das comemorações do 114º aniversário natalício do escritor, etnólogo e ensaísta angolano.
A expo consubstancia-se, essencialmente, na disposição para a apreciação do público de um conjunto de informações, curiosidades sobre a vida, obra e legado do artista, por meio de visitas guiadas ao seu acervo museológico da Casa Museu Óscar Ribas.
O programa contempla ainda uma feira do livro e do artesanato, debates radiofónicos, rodas de conversa (com académicos, familiares e escritores), concertos musicais, danças patrimoniais, entre outros atractivos culturais.
Sobre o artista
Escritor, poeta, jornalista e ensaísta angolano, Óscar Ribas nasceu no dia 17 de Agosto de 1909, na cidade de Luanda e faleceu a 19 de Junho de 2004, em Cascais (Portugal).
Fez uma breve passagem por Lisboa onde estudou aritmética comercial. Regressou, depois, a Luanda, empregando-se na Direção de Serviços de Fazenda e Contabilidade.
Aquando da sua estadia em Benguela, com apenas catorze anos de idade, começou a sentir os primeiros sintomas da cegueira que o viria a afectar total e definitivamente vinte e dois anos mais tarde.
Considerado como o fundador da ficção literária angolana moderna, no seguimento de Assis Júnior, o autor deu os primeiros passos da sua actividade no campo das letras, publicando, em 1927, “Nuvens que passam” e, dois anos mais tarde, em 1929, “Resgate de uma falta”.
Depois de vinte anos sem editar, Óscar Ribas surpreendeu os seus leitores com o livro “Flores e Espinhos”, publicado em 1948, o qual, juntamente com dois novos títulos publicados em 1950, “Uanga”, e em 1952, “Ecos da Minha Terra”, constituem, de acordo com alguns estudiosos da área das Literaturas Africanas, a segunda fase de publicações do autor.
Denotando uma preocupação extrema com a pesquisa, conservação e registo das tradições do seu país, o autor debruçou-se sobre temas de literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua Kimbundu.
Estas temáticas iriam, então, alicerçar e enformar o conjunto da sua obra, constituída pelos seguintes títulos: “Ilundo - Espíritos e Ritos Angolano”s (1958 e 1975), “Missosso” (3 volumes, 1961,1962 e 1964), “Alimentação Regional Angolana” (1965), “Izomba - Associativismo e Recreio (1965)”, “Sunguilando- Contos Tradicionais Angolanos” (1967 e 1989), “Kilandukilu - Contos e Instantâneos” (1973), “Cultuando as Musas” e “Dicionário de Regionalismos Angolanos” (1992).
Escritor prestigiado nos meios literário nacionais e internacionais, membro da União de Escritores Angolanos (UEA), Óscar Ribas foi galardoado com diversos prémios como: Margaret Wrong (1952); Prémio de Etnografia do Instituto de Angola (1959); Prémio Monsenhor Alves da Cunha (1964).
Foi também homenageado com os seguintes títulos: Membro titular da Sociedade Brasileira de Folk-lore (1954), Oficial da Ordem do Infante, título concedido pelo governo português (1962); Medalha Gonçalves Dias, pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968); Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura (1989). ART