Huambo – O ministro da Cultura, Filipe Zau, apontou, esta terça-feira, a mudança da Lei sobre a Liberdade de Religião e de Culto, como uma das estratégias para o combate ao fenómeno da proliferação das seitas religiosas em Angola.
Em declarações à imprensa, depois da entrega de um donativo ao Lar dos Pequeninos, no interior da cidade do Huambo, sublinhou que a lei está em auscultação e a ideia é que ninguém suba ao púlpito de uma igreja sem ter o curso de Teologia.
“Para ser médico é necessário ter formação e o mesmo acontece com os jornalistas, os engenheiros e outras profissões, daí que um pastor e/ou um padre, não pode trabalhar no sentido da educação das pessoas sem ter formação”, asseverou.
O ministro sublinhou que a Teologia é uma das formas de formação dos cidadãos e num nível superior, daí ser uma das formas de distinguir o que é a verdadeira religiosidade e religião, no sentido de parceria, que agrega valores à sociedade, sem enganar as pessoas com acções mercantis.
Filipe Zau disse ser necessário pensar na religiosidade das pessoas, de forma crítica, quando se está a prejudicar a sociedade, pois, apesar de o Estado angolano ser laico, é parceiro das igrejas.
Salientou que muitas pessoas estão a entrar em contacto com seitas religiosas, feiticismo e outras coisas maléficas que está a torná-las mais pobres, para além do problema das crianças estarem a gerar outros petizes, fruto de violações, o que é, de todo, um problema sério, pois não faz da cultura angolana.
Adiantou que o Ministério da Cultura está a trabalhar com a sociedade e vai dar tolerância zero às igrejas ilegais no país, em articulação com a Polícia Nacional, sendo, para tal, preciso denunciá-las.
O ministro Filipe Zau trabalha no Huambo desde a última segunda-feira (6) no quadro da celebração do Dia Nacional da Cultura, a assinalar-se na próxima quarta-feira, cujo acto central acontece nesta região do país.
O programa reserva a inauguração do Arquivo “Constantino Camõli” e o descerramento da placa de classificação a Património Cultural Nacional da Praça Doutor António Agostinho Neto.
Prevê, ainda, uma conferência sobre a "Cultura, Identidade e Angolanidade", para além da cerimónia de outorga de diplomas de mérito e de troféus aos operários de cultura na província do Huambo e um espectáculo músico-cultural no Centro Cultural Manuel Rui Monteiro.
O Dia da Cultura Nacional é uma data de elevado simbolismo histórico, aprovado em Novembro de 1986, em homenagem ao primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, por causa do seu discurso sobre o estado do sector, proferido a 08 de Janeiro de 1979, na tomada posse do corpo directivo da União dos Escritores Angolanos (UEA). ZZN/JSV/ALH
