Ondjiva - Um mês após a sua inauguração, a estátua do rei Mandume Ya Ndemufaho tornou-se num dos principais cartões de visita da cidade de Ondjiva, sede capital da província do Cunene.
Instalada na praça central de Ondjiva, diariamente centenas de pessoas visitam o local para, entre vários fins, tirar fotografias ou saberem um pouco mais sobre o soberano dos Oukwanhama que reinou nos anos 1911-1917.
Estima-se que, desde a sua inauguração, mais de dois mil e 700 turistas nacionais e estrangeiros ja visitaram o sítio, na sua maioria de nacionalidade namibiana, sul -africana, cubana, holandesa e chinesa.
Inaugurada a 20 de Julho último, pelo Ministro da Defesa e Veterano da Pátria, João Ernesto dos Santos, a estátua, feita em bronze, tem cinco metros de altura e quatro de cumprimento.
Na peça, o soberano é representado com vestes de cor preta, acastanhada, incluindo o chapéu, num cavalo cor patine, empunhando na mão direita uma espingarda e nos pés o seu cão de guarda.
A espingarda simboliza a guerrilha contra o colono português, enquanto o cavalo, com as suas quatro patas assentes, simboliza a posse territorial e o cão de guarda, sentado, como sinal de submissão.
Em declaração hoje, sábado, à ANGOP, o director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto do Cunene, Marcelino dos Santos, considerou de satisfatório o número de visitantes que diariamente acorrem ao local, servindo de cenário para fotografias de casamentos, defesa académica, concentração de jovens estudantes, fiéis religiosos, entre outros.
Disse que o espaço histórico-cultural, aberto ao público, permite que a qualquer hora do dia turistas nacionais e estrangeiros, tenham contacto directo com a imagem do rei.
A implantação da estátua, esclareceu, centraliza-se na homenagem ao rei e os seus feitos na luta contra ocupação colonial, servindo como ponto de estudo e pesquisa acadêmica para que as futuras gerações tenham domínio da figura de Mandume.
Referências biográficas
Nascido em 1892, na localidade de Embulunganga, município do Cuanhama, Mandume ya Ndemufayo é filho de Ndemufayo ya Haihambo e de Ndapona ya Shikende
Pertenceu ao reino mais poderoso da tribo Ovambos, comandou os destinos do seu povo, num dos períodos mais difíceis da história contra a ocupação colonial portuguesa de 1911 a 1917.
A sua coragem, resistência, determinação e bravura ficaram marcadas na tradição dos Ambós, que o apelidaram de "O cavaleiro incomparável".
O rei morreu a 6 de Fevereiro de 1917 na povoação de Oihole, município de Namacunde, por suicídio.
Além da estátua, a província dispõe igualmente de sete monumentos e sítios turisticos, como o memorial do Rei Mandume-Ya-Ndemufayo (Oihole), Embala Grande, local onde estão sepultados 12 reis do Oukwanhama, Vale do Pembe e a Chana de Mufilo.