Lubango - Integrantes da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, do Rio de Janeiro, estão, desde terça-feira, no Lubango, província da Huíla (sul de Angola), a pesquisar o cancioneiro da cultura Bantu, mais precisamente dessa região, com vista ao Carnaval do Brasil de 2025.
O Grémio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira (ou simplesmente Estação Primeira da Mangueira) é uma tradicional escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro e que pretende abordar, no próximo carnaval, a trajectória dos primeiros povos africanos que chegaram ao Brasil.
Falando à imprensa, à saída do encontro de cortesia com o governador da Huíla, Nuno Mahapi, a vice-presidente de projectos especiais da Escola, Rafaela Bastos, afirmou que o trabalho de pesquisa tem como foco o tema: “A celebração das raízes africanas e a trajectória dos povos Bantu que atravessaram o Atlântico, chegando ao Brasil”.
Segundo disse, pretende-se com este tipo de pesquisa, explorar os símbolos nacionais, as danças e a musicalidade que os antepassados não puderam expressar, cujos valores serão exibidos no Entrudo daquele país da América do Sul.
Destacou que, ao lado da actividade carnavalesca e da equipa de criação da escola, foi desenvolvido um enredo que busca revisitar e valorizar essas raízes, promovendo uma verdadeira celebração da cultura africana no palco do Carnaval carioca.
Sublinhou que o enredo abordará a chegada dos negros ao Brasil, especialmente os Bantu, e a forma como essas influências formaram a cultura brasileira. "Vamos contar a história dos pretos novos que chegaram ao Rio de Janeiro e explorar como suas danças, cores e símbolos ainda fazem parte da nossa história", afirmou.
Referiu que a escolha do tema está ligada à celebração das raízes africanas e à trajectória dos povos de origem africana.
Fez saber que a Escola de samba firmou uma parceria estratégica com Angola, com o objectivo de promover um intercâmbio cultural, que fortalecerá os laços entre os dois países.
Por sua vez o governador da Huíla afirmou que a região sul do país detém um património cultural “forte”, que deve ser expandido a outros continentes, pelo saudou essa pesquisa, como forma de levar as marcas da sua identidade histórica.
Essa escola brasileira tem como símbolo as cores verde e rosa, tendo sido fundada a 28 de Abrila de 1928 no Morro da Mangueira, pelos sambistas Carlos Cachaça, Carlota, Zé Espinguela, Tia Tomásia e Tia Fé. JT/MS