Cuangar - Mernorf Kasamane, de 52 anos de idade, de cognome tradicional Mwene Mangondo VI, foi entronizado, na terça-feira, ao cargo de rei do Cuangar, província do Cuando Cubango.
A cerimónia de entronização do novo soberano do Cuangar acontece três anos depois de ser indicado no cargo deixado pelo tio materno, Adriano Paulino Tchitequeda (Mangondo V), falecido em 2019, vítima de doença, em obediência ao direito costumeiro, que regula os princípios de sucessão nos reinados nesta região do sudoeste do país.
Conforme o ritual dos Cuangares, o rei teve que sacrificar vários animais selvagens, que revela o domínio do homem sobre as espécies da selva, o que se seguiu a entrega da cadeira e o cajado do soberano, pelo rei mais velhos de todas autoridades tradicionais presentes na cerimónia.
O acto foi testemunhado pela vice-governadora para o sector económico, político e social da província do Cuando Cubango, Helena Chimena, que fez a investidura das suas vestes, que representam o poder tradicional como entidade que faz o elo entre o poder do povo ovacuangale e o governo.
Na sua intervenção, o soberano empossado, Mwene Mangondo VI, comprometeu-se em trabalhar para o bem-estar da população, cooperado com o governo para resolver os problemas que afligem os munícipes.
Enalteceu a confiança e a presença dos soberanos de outros municípios e da vizinha República da Namíbia.
Por seu turno, a vice-governadora Helena Chimena disse que o povo do Cuangar estará mais valorizado culturalmente, uma vez que todos os problemas costumeiros poderão ser resolvidos na Ombala do soberano, que agora que está legitimado o seu poder.
Disse que as autoridades tradicionais desempenham um papel importante na resolução dos problemas das comunidades, principalmente naquela em que não se faz sentir o poder governamental.
O acto de entronização do novo rei do Cuangar teve lugar na Ombala Mangondo, localizada a oito quilómetros da sede municipal do Cuangar.
Contou com a presença dos soberanos dos municípios de Menongue, Manuel Dala (Mwene Vunongue VIII), a rainha do Calai, Myenga Sofia Ngunza, e do Dirico, Evalina Kandjimi (Mutango III).
Fez igualmente parte o soberano do Cuito Cuanavale, rei Mbingo Mbingo, e distintas autoridades tradicionais e governamentais da região Kavango East, na vizinha República da Namíbia, dentro dos laços de irmandade entre os dois povos, que partilham uma vasta fronteira.