Luanda - O antigo embaixador de Cuba em Angola, Oscar Oramas Oliva, enalteceu, esta quarta-feira, em Luanda, a figura do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, pelo seu percurso enquanto político e homem da cultura.
Em entrevista exclusiva à ANGOP, Oscar Oramas Oliva reiterou que Neto foi "um ser humano excepcional" e lutador incansável em prol da unidade de Angola e do continente africano.
Para o diplomata, foi um grande político que sempre esteve na linha da frente, realçando a sua "constância no trabalho" em muitos momentos difíceis, enquanto líder do MPLA e da jovem República.
Referiu que o Presidente Neto trabalhou muito para a independência e consolidação da República de Angola, sempre ponderando as suas decisões.
No âmbito das celebrações do centenário do "poeta maior", o diplomata apresenta quinta-feira, em Luanda, a obra “Doutor António Agostinho Neto, um homem excepcional do seu tempo".
O livro lançado, no ano passado, nas províncias cubanas de Santiago de Cuba, Camaguey e Granma, é um ensaio que resulta da investigação e memórias do embaixador, juntamente com testemunhos de quem conheceu e esteve próximo do primeiro presidente de Angola.
Cooperação
Quanto à cooperação entre Angola e Cuba, no campo literário, fez saber que todos devem trabalhar juntos para seguirem em frente, havendo espaço para trabalhar neste sentido nos dois países.
Por outro lado, defendeu a necessidade de mais trabalho e maior difusão da literatura africana, e da angolana, em particular, devido aos grandes grupos mundiais, interessados apenas em divulgar os trabalhos dos mais desenvolvidos.
A literatura de África, lembrou, necessita de ser conhecida, pois, o continente berço deu um grande contributo no processo de civilizacional universal.
No final da conversa, Oscar Oramas Oliva anunciou que ainda este ano vai lançar uma obra sobre o primeiro presidente da África do Sul, pós-apartheid, Nelson Mandela.
É doutorado em Ciências e História de Arte, escritor e foi o primeiro embaixador de Cuba em Angola. É ainda autor de vários livros sobre o processo de descolonização em África e sobre personalidades políticas do continente berço, trajectória que faz dele um profundo conhecedor do assunto.