Ndalatando - Docentes na província do Cuanza Norte defendera, esta quarta-feira, a inclusão do ensino das línguas nacionais no currículo escolar de todos os níveis de ensino, para maior divulgação e incentivar os jovens a falar.
Os docentes, entrevistados pela ANGOP, a propósito do Dia Internacional da Língua Materna, consideram que a população, em especial os jovens, devem ter orgulho de conhecer a sua língua local, por ser um meio de comunicação que vai conferir um sentimento de identidade e pertença a uma comunidade.
Para o docente, Vasco Domingos, não basta o ensino das línguas até à 6ª classe, como acontece na província do Cuanza- Norte, e necessário abranger outros níveis de ensino para massificar e encorajar os jovens a falar.
Reforçou que a difusão vai estimular os cidadãos a falar e muitos deixarão de ter vergonha de se comunicar publicamente nas línguas nacionais, tal como acontece, por exemplo nas províncias do Uíge e do leste de Angola.
Já José Manuel recordou que os portugueses introduziram a sua língua, desvalorizando as nativas como forma de se imporem, valorizando a sua cultura, para facilitar a colonização.
Nesta altura, em que o país já conquistou a sua independência, defendeu, deve resgatar a sua cultura e as suas línguas nacionais. "Cada região deve ensinar o idioma predominante", sugeriu.
José Manuel notou as igrejas já usam com frequência as língua nacionais, mas em lugares públicos ainda ignorar-se quem fala.
Cristovão de Carvalho considerou que as línguas locais são uma forma de identificação pessoal e da naturalidade de um individuo, por isso, deve ser preservada.
“E um veiculo de transmissão de valores culturais de geração para a geração e representa a angolanidade”, frisou.
Em Angola, que tem como língua oficial o português, existem mais de 20 idiomas nacionais.
Depois do português, a segunda língua mais falada é o umbundo, na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. A terceira é o quimbundo na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza-Sul.
Actualmente, existem aproximadamente sete mil línguas faladas no mundo. Entretanto, um terço destes idiomas corre o risco de extinção. A perda dessas línguas empobrece a realidade. Pensando nisso, a UNESCO celebra, desde 1999, o dia 21 de Fevereiro como Dia Internacional da Língua Materna.
A data, que pretende promover a diversidade cultural linguística e a recuperação das línguas ameaçadas, trata-se de mais uma estratégia para fomentar o respeito e a solidariedade entre as diferentes nações.
De acordo com a UNESCO, não se deve pensar nas línguas apenas como meio de comunicação, pois elas carregam também valores e concepções de mundo.
A língua materna é aquela que se desenvolve desde os primeiros anos de vida e esta é adquirida principalmente pela interacção das pessoas que estão no mesmo meio, começando directamente com a família. É considerada o principal processo para o desenvolvimento da habilidade linguística. IMA/ART