Cuchi – A vice-governadora do Cubango para os sectores político, social e económico, Helena Chimena, realçou hoje, no município do Cuchi, o papel da cultura como um dos pilares fundamentais para a conquista da Independência.
Helena Chimena falava no acto provincial do 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura.
Reconheceu que graças as manifestações culturais de diferentes géneros, os angolanos tomaram maior consciência da luta pela liberdade e autodeterminação do povo.
Afirmou que a música e a dança sempre representaram a linguagem para quebrar barreiras, celebrar a vida, alegrias e lutas, com ritmos tradicionais que representam a resistência e resiliência do povo.
Segundo disse, a leitura e a oralidade, com as suas histórias ricas, lendas e poemas, preservaram a memória da nação, dando espaço para os autores e contadores de histórias, enquanto guardiões das narrativas, garantindo que as gerações futuras conheçam as suas raízes.
Para a vice-governadora, as artes visuais e o artesanato capturaram a essência da identidade do povo, retratando paisagens, figuras e símbolos típicos de Angola, a par da gastronomia que, com os seus sabores autênticos e as receitas transmitidas de geração em geração, constituem pilares da identidade cultural.
Realçou que as línguas nacionais, enquanto pilares da diversidade cultural, representam a chave para a preservação da identidade, pois carregam a sabedoria dos antepassados e reforçam o sentido da pertença, daí defender a preservação, valorização, promoção da cultura e apoios os artistas e proteger o património material e imaterial.
Afirmou que a cultura é a alma de uma nação, o fio invisível que une gerações, tradições e visões, sendo nela em que se encontram a história, valores e força para a construção de um futuro mais inclusivo, próspero e unido.
Defendida valorização contínua da língua Nganguela
Por ocasião da efeméride, o director do Gabinete da Cultura e Turismo no Cubango, José Eduardo Ezequias, defendeu a contínua valorização da língua Nganguela, visando a harmonização cultural local.
O director referiu ser preciso valorizar a língua Nganguela, como identidade cultural de um povo, lembrando que existe uma proposta da nova Lei das Línguas de Angola, que visa promover a inclusão social e fortalecer a unidade nacional, no quadro da diversidade, pluralismo cultural e linguístico.
Neste particular, José Ezequias anunciou a realização, entre Maio e Setembro do presente ano, de um festival internacional, denominado Tchicualo (festa em Nganguela), que irá permitir com que os circundados (kandandas) tenham uma cerimónia única, masculino e feminino, mas separados em locais de actuação, em função dos momentos de manifestação diferenciados.
Adiantou que a ocasião servirá para a manifestação das máscaras, a apresentação da gastronomia local, onde se espera a participação de artistas da Namíbia e Zâmbia, que conservam a cultura do povo Nganguela, em função das fronteiras comuns que partilham com o Cuando e Cubango.
Destacou ainda a valorização das danças locais, que já tem sido notável nas edições carnavalescas, com apreciação satisfatória dos turistas nacionais e estrangeiros que escalam o Cuando e o Cubango.
José Eduardo Ezequias defendeu, por outro lado, a necessidade da reabilitação do Museu Etnográfico, em Menongue, a construção de uma sala de exposição e teatro e uma praça cultural, sugerindo, para a última preocupação, a reabilitação o pátio do Gabinete da Cultura, por ser vasto.
Avançou que, com local proposto, pretende-se que sirva de apresentação das peças de artes que podem ser apreciadas por turistas que se façam presentes em Menongue.
De referir que a data em causa surge em homenagem ao discurso do saudoso António Agostinho Neto, primeiro Presidente da República Popular de Angola, num momento em que tomava posse o corpo gerente da União dos Escritores Angolanos, no ano de 1986. MSN/ALK/PLB