Lubango - Pelo menos 200 artistas da província da Huíla já foram formados em empreendedorismo cultural, desde 2020, início da covid-19, até o momento, para rentabilizar a sua actividade e viver do que fazem.
A iniciativa do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos da Huíla em parceria com as associações culturais constitui um método encontrado pela instituição para valorizar os artistas locais, segundo o seu director Osvaldo Lunda.
Ao falar à margem do FENACULT- Especial Centenário, que decorreu até domingo último, na cidade do Lubango, o director afirmou que a ideia é capacitar cada vez mais os fazedores de cultura e de artes, para que saibam fazer bem o seu trabalho e consigam ter rendimento com o mesmo.
Detalhou que já têm em todos os fins-de-semana manifestações culturais feitas por associações, pessoas individuais e promotores de evento, o que demonstra os resultados da formação e com isso a Huíla vai se mostrando ao mundo cultural.
“Temos já folhetos de eventos organizados por associações, promotores de eventos e artistas individuais, até final do mês em curso a acontecer na província, entre shows, actividades de teatro, poemas, entre outros”, continuou.
Declarou já sentirem que a formação e a abertura dada aos fazedores de cultura tem surtido efeito, daí perceberem que podem ganhar dinheiro, sem estar atrelado ao gabinete, pois não há condições de ajudar todos monetariamente, mas há que se criar políticas para fazerem o seu negócio dentro da praça local.
Realçou que sentiam por parte da comunidade artística dificuldades em poder viver da arte, por falta de alguma ferramenta na formação, daí que estão a trazer esse mecanismo para os artistas poderem todos os dias melhorarem a forma de fazer o seu trabalho e ganharem dinheiro com isso.
“Vários espaços como esse, do rio Mukufi foram criados de propósito para serem usados pelos fazedores de cultura, mas precisam um pouco de força e dinamismo dos nossos artistas para fazerem acontecer. O nosso esforço vai continuar a ser a formação dos mesmos, não exactamente na de saber fazer, mas a partir da arte que fazem, transformar num negócio”, salientou.
O Festival Nacional da Cultura (FENACULT), edição especial do Centenário de António Agostinho Neto, na Huíla contou com mais de 50 artistas locais, nas áreas de teatro, humor, música, dança, poesia e cinema, bem como expositores diversos.
O FENACULT Especial Centenário, além de homenagear a figura do “Poeta Maior”, serve como mecanismo de exaltação, valorização e reafirmação da identidade cultural angolana, oferecendo aos criadores, aos jovens em particular espaços de participação e troca de experiências.