Luanda - Cinco contos tradicionais africanos serão apresentados na 4ª edição do programa “Estórias no Imbondeiro”, a decorrer no dia 31 de Agosto, numa iniciativa do Centro de Ciências de Luanda ( CCL).
Segundo uma nota chegada à ANGOP, trata-se de histórias recolhidas pelos escritores Ondjaki, Óscar Ribas e Raul David, além de fábulas da literatura oral de Icolo e Bengo, província de Luanda, e de Malanje.
A primeira narrativa intitulada “Ombela, a Origem das Chuvas”, do escritor Ondjaki, é uma recriação com base na tradição ovimbundo, pois “Dizem os mais-velhos que a chuva nasceu da lágrima de Ombela, uma deusa que estava triste”.
A segunda estória “O Homem e o Monstro”, recolhida em Malanje, fala de um chefe de família que, após visitar os sogros, é interpelado no regresso por um monstro que o obriga a repartir tudo o que recebera dos parentes, como galinhas, cabritos e outros produtos do campo.
Contudo, o homem é ajudado por um anão deficiente que consegue vencer o monstro.
Seguir-se-á “Águia e o Candimba” (coelho), outro conto da tradição ovimbundo, recriada pelo escritor Raúl David, cujo enredo anda à volta de um machado emprestado pelo coelho à águia e, na falta de devolução por esta, só o cágado resolverá a disputa.
Do livro Kilandukilu (divertimento, em quimbundo), recolha do escritor angolano Óscar Ribas, se irá contar a estória “O Sapo e o Elefante”, que narra a disputa da senhora Maria, que tanto o sapo como o elefante pretendiam para esposa.
No final, o sapo leva a melhor sobre o elefante através da astúcia.
“O Leão e a Toupeira eram amigos” é o título da última estória, uma fábula da literatura oral de Icolo e Bengo, que ensina a comunidade a reflectir antes de tomar uma decisão, como enfrentar as dificuldades e como ficar longe da tristeza.
“Estórias no Imbondeiro” é um projecto inspirado na tradição oral angolana e no secular imbondeiro da antiga Fábrica de Sabão, na zona do Baleizão, em Luanda, à volta do qual o público se sentará durante as sessões.
A iniciativa, de periodicidade mensal, visa sensibilizar a população, sobretudo os mais jovens, para a importância de conhecer e valorizar a cultura e os costumes tradicionais de Angola.
As sessões são abertas ao público de todas as idades.LIN/MCN