Lubango - A Comunidade Hip-Hop da província da Huíla está a mobilizar seis milhões de kwanzas para montar um estúdio de música comunitária para poder apoiar os artistas sem condições de desenvolverem a sua arte.
Actualmente a comunidade conta com 325 membros que gravam e produzem em estúdios caseiros, sem condições, segundo o presidente da Comunidade Hip Hop da Huíla, Simon Júnior.
Em declarações à ANGOP, no quadro do Dia Mundial do Hip Hop, que se assinala hoje, terça-feira, o fazedor de arte afirmou que existem “bons” profissionais, mas as condições não são boas, o que compromete a qualidade do produto final.
Declarou que a Huíla, depois de Luanda, é a província com mais rappers no movimento Hip Hop, pelo que um estúdio de música comunitária e salas de espectáculo para poderem apresentar as obras são fundamentais.
“Estamos a pensar em solicitar um financiamento do Governo, através de parceiros para poder apoiar os artistas sem condições. Pelo menos seis milhões de kwanzas seriam o necessário para isso”, reforçou.
Durante esses anos os fazedores da cultura Hip Hop, segundo a fonte, conseguiram se afirmar na sociedade, incorporar muitos jovens, dando oportunidades para que eles se afirmassem e ganharam um lugar de destaque na sociedade.
Simon Júnior salientou que para os próximos anos a classe vai buscar recuperar as músicas já lançadas há mais de 10 anos e fazer compilações, pois cada ano que passa está-se a perder o arquivo.
O associativismo, conforme o entrevistado, por ser uma questão de voluntariado, precisa de sensibilização dos fazedores não filiados e assim promover mais união e partilhar experiências.
O Hip Hop é um movimento cultural que surgiu nos Estados Unidos da América nos anos 1970, desenvolvido por afro-americanos no bairro no Bronx em Nova York. É um conjunto de expressões culturais que inclui sobretudo a música (rap), a pintura (grafite) e a dança (break).
Trata-se de uma forma de expressão de identidade para muitos jovens e artistas. O movimento é um meio de resistência cultural e social, e as letras das músicas abordam questões de desigualdade, preconceito e opressão.
Espalhou-se mais tarde por todo o mundo. A nível nacional a cultura surge há mais de 30 anos, ao passo que na Huíla, a comunidade emergiu no Lubango em Abril de 2004. EM/MS