Luena - O Comité das Festas Tradicionais Luvale (COFETRAL) realçou hoje, terça-feira, no Luena, a capacidade diplomática da Rainha Nhakatolo Tchilombo na união e consolidação do reino.
Em reacção à morte da Soberana, decorrida sábado último, esta instituição cultural destaca que Nhakatolo, através de várias digressões realizadas no interior do país e na diáspora (República Democrática do Congo e Zâmbia), pautava por conversações com várias autoridades tradicionais para dirimir conflitos tribais na região.
De acordo com o presidente do Comité das Festas Tradicionais Luvale, Francisco Tchiwende, Nhakatolo soube coordenar e assegurar o seu povo, devido à sua facilidade de comunicação, intervindo em diversos assuntos de cariz cultural, político e social.
Fruto de sua acção, destacou o “renascimento” das Festas Tradicionais Luvale, em 2010, uma cerimónia cultural de dança, música e demonstrações de hábitos e costumes, que congrega milhares de pessoas em Cazombo, festival que ficou paralisado desde a década 60, contribuindo na preservação e transmissão dos valores culturais.
Para o porta-voz da organização, Salvador Cacoma, a rainha Nhakatolo Tchilombo sempre esteve ao lado e em parceria com o Estado e a população, protegendo as pessoas mais vulneráveis.
O também historiador e investigador cultural explicou que a dimensão e a aceitação de Nhakatolo estiveram evidenciadas nos encontros e parcerias realizadas com o governo e outras organizações filantrópicas.
Caiombo Decasse, investigador cultural sugere a realização de um estudo profundo sobre o reinado de Nhakatolo.
Esta é a terceira morte que a província do Moxico regista nos últimos dois anos, após o falecimento do rei Mwene Mbandu III (2021) e Mwene Mbandu IV (2022), ambos do império Mbunda. LTY/TC/MS