Huambo – O Centro Cultural do Huambo, em construção, vai contar com uma escola de artes, de nível superior, para a formação académica e profissional dos criadores.
O facto foi anunciado sexta-feira, em declarações à imprensa, pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, no final de uma visita ao empreendimento para se inteirar do andamento das obras, iniciadas em 2011.
A infra-estrutura, cujas obras foram retomadas em 2022, depois de cinco anos de paralisação, será composta por dois cine-teatros, duas salas de conferências, um espaço para apresentação de trabalhos de arte, literatura e música, duas salas para aulas de dança, igual número para artes plásticas e artesanato e uma de exposições.
Depois de concluído terá, também, 11 lojas de especialidades artísticas e culturais, um restaurante no seu 2º piso, com vista para a parte alta da cidade, dois cafés voltados para a zona baixa da urbe, áreas de apoio aos actores e músicos durante as suas exibições em palco e duas salas para aula de música.
Sem entrar em detalhes, o governante, que cumpre uma jornada de trabalho de dois dias no planalto central para radiografar o sector que dirige, disse que o projecto tem como objectivo propiciar a formação qualificada de alunos de diversas províncias do país e do estrangeiro que pretendem estudar as ciências das artes, nas suas variadas especificidades.
Deste modo, continuou, pretende-se dar resposta aos desafios da formação específica da cultura que, no geral, tem sido esquecida em diversos projectos formativos do país e, por via disso, criar-se, nos próximos tempos, a uma orquestra sinfónica para a província e uma nacional.
De acordo com o responsável, a cidade o Huambo tem condições adequadas para a promoção da formação das várias especificidades das artes, por dispor de diversas instituições de ensino superior públicas e privadas, que podem ajudar na efectivação do projecto e, no final, absorver os quadros formados para o desenvolvimento das actividades de ensino, investigação e pesquisa científica.
O ministro fez saber ainda que a iniciativa visa desenvolver a arte, através da formação, assim como o pleno funcionamento do centro Cultural do Huambo, com a realização contínua e com a qualidade desejada, das actividades culturais, em temos de música, teatro, danças, entre outras.
Na ocasião, Filipe Zau mostrou-se impressionado com o estado actual das obras do Centro Cultural, que registam um grau de execução física acima de 80 por cento.
Apontou para Agosto próximo a sua conclusão e inauguração, ao explicar que as alterações efectuadas ao projecto, com o acréscimo de outras componentes essenciais para o seu pleno funcionamento, fez com que não fosse possível o seu término no passado mês de Fevereiro, como inicialmente previsto.
“Pensamos que com a sua entrada em funcionamento, em sincronia com outras infra-estruturas culturais, adicionado ao papel dos reinos e das ombalas existentes na província, o Huambo poderá se tornar, num curto espaço de tempo, uma capital cultural de Angola”, vaticinou.
Noutra parte da entrevista, o ministro admitiu ser necessário a criação de fundos para a manutenção das infra-estruturas do sector no país, de modo a se evitar a sua degradação e, por conta disso, garantir o seu pleno funcionamento para o desenvolvimento da cultura nacional.
Falta de dinheiro condiciona obras do Museu do Huambo
O ministro da Cultura e Turismo visitou também o Museu Regional do Huambo, cujas obras de requalificação encontram-se paralisadas há mais de um ano, por falta de recursos financeiros
Na ocasião, o governante fez saber que o departamento ministerial que dirige continua a procura de financiamento para a retoma, em breve, da empreitada.
Para o efeito, disse estar em estudo a possibilidade de se inscrever a obra no próximo Orçamento Geral do Estado (OGE) da província ou do Ministério da Cultura e Turismo.
Ainda no primeiro dia da sua jornada laboral, o ministro da Cultura e Turismo constatou, igualmente, o funcionamento da Biblioteca provincial do Huambo, inaugurado em 2016, e manteve um encontro com a governadora, Lotti Nolika, com quem abordou, entre vários aspectos, a gestão administrativa e orçamental do futuro centro cultural, bem como a aprovação do seu estatuto orgânico.
A agenda do segundo e último dia da sua jornada laboral reserva visita aos lotais turísticos da província. VKY/SC