Luanda - O retorno do estilo de dança Dizanda, considerada a mãe do Semba, marcou, esta segunda-feira, o desfile da Classe A do Carnaval de Luanda2023.
Dizanda é uma dança caracterizada por uma marcha acelerada e rodopiada, seguida de ligeiras flexões, em que os bailarinos evoluem no centro da roda.
Trata-se de um estilo de dança que se notabilizou nos primeiros períodos do Carnaval, juntamente com a Varina, Cidrália, Kazukuta e o Semba, as marcas mais expressivas do Entrudo desde 1978.
Durante a performance da Dizanda, a roda dos executantes é constituída, igualmente, pelos restantes membros do grupo e pelos seus simpatizantes.
Os instrumentos musicais de suporte resumem-se a um tambor grande, designado ngoma, com ajuda de banqueta e dois tambores menores.
Foi, de resto, com essas combinações, que o grupo carnavalesco Twabixila fez ressurgir a Dizanda, na Nova Marginal, chamando a atenção dos críticos de arte e da vibrante plateia nas bancadas.
A agremiação, primeira a passar no desfile central, foi a única que se apresentou com esse estilo de dança, tendo recebido aplausos da assistência.
A apresentação do grupo ficou marcada não só pelo retorno da Dizanda, como também do seu enredo, que retractou o dia-a-dia dos bairros de Luanda.
No entanto, outra nota positiva no acto central foi o surgimento de um estilo de dança quase desconhecido: o Sambalage, dançado pelo União Povo da Quissama.
Palmas e assobios acompanharam o desfile, que arrancou por volta das 17 horas, quando o sol já se retirava, timidamente, e dava lugar à noite.
A sequência foi marcada por aplausos, que anunciaram a presença do União 10 de Dezembro, um grupo que tem no semba a sua marca de exibição desde 1978, ano da sua fundação.
Olhares atentos acompanharam o esforço competitivo dos 13 grupos que se fizeram presentes na competição, enquanto nas bancadas vaticinavam-se resultados, que apenas na quarta-feira serão revelados.
O grupo União Giza encerrou a ordem de desfile, que decorreu de maneira tranquila e sem registos de incidentes.
A festa do Entrudo foi prestigiada pelo Presidente da República, João Lourenço, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, e outros convidados.
Caído o pano sobre a edição 2023 do Carnaval de Luanda, o momento agora é de recolha de todo o material montado durante dias para receber a festa.
No final do desfile, a Marginal passou por um amplo processo de limpeza, para se desempedir o troço, porque a vida continua, depois da festa. DIF/ART