Luanda - O grupo carnavalesco União Operário Kabocomeu fez, esta segunda-feira, em Luanda, uma incursão dos 50 anos da independência nacional, no intuito de consciencializar os angolanos sobre a necessidade de preservação das conquistas alcançadas nos vários domínios.
A incursão foi feita na Nova Marginal de Luanda, durante o desfile principal do carnaval que, nesta edição 2025, conta com 13 grupos na classe infantil, 11 na classe B e 12 na classe A.
“Por se tratar de um grupo histórico, o Kabocomeu não pode deixar passar este marco sem homenagear aqueles que lutaram para a conquista da independência”, disse à ANGOP o porta-voz do grupo, Joaquim Santana.
Frisou que a agremiação levou à Nova Marginal de Luanda a figura do Presidente Agostinho Neto e as grandes conquistas do país.
O grupo dançou Kazucuta ao som da canção “Dipanda”. Tem como rainha Antónia Adolfo, rei Zito António e comandante Manuel junior.
Informou que o Kabocomeu representou-se com cerca de 550 foliões e uma falange de apoio composta por 415 membros.
O União Operário Kabocomeu foi fundado no dia 2 de Janeiro de 1952, em Luanda, pelo bailarino Joaquim António, o carismático "Desliza". Venceu a primeira edição do Carnaval do pós-independência, em 1978.
Os primeiros registos do Carnaval em Angola são de 1857, referentes à festa popular dos Kimbundos, num evento cultural interrompido de 1961 a 1963 e de 1975 a 1977.
Em 1978, o Presidente Agostinho Neto recomendou um carnaval diferente daquele que era conhecido na época.
Com o resgate do Carnaval por Neto, em 1978, a festa passou a ser congregadora, anual e competitiva, pelo que os participantes passaram a ser agraciados com estímulos.
Actualmente, o União Mundo da Ilha é o "campeão dos campeões", com 14 títulos conquistados, seguido do União Kiela, com cinco prémios, União 10 de Dezembro, com quatro, o União Angola Independente e o União Sagrada Esperança, com três troféus, respectivamente.
O Carnaval é uma festa popular tradicionalmente cristã, apesar de algumas de suas características remontarem a celebrações realizadas por diferentes povos pagãos na Idade Antiga.
A relação entre o Carnaval e o Cristianismo está na proposta da igreja de canalizar os "impulsos carnais" dos fiéis em uma data apenas, para, depois, impô-los um período de restrição e jejum, actualmente conhecido como quaresma que se inicia na quarta-feira a seguir ao Carnaval. MEL/OHA