Luanda – Os cidadãos que acorreram à Nova Marginal de Luanda para presenciarem o desfile da classe A do Carnaval 2025, realizado na segunda-feira, divergem sobre os grupos com a melhor apresentação, música, dança, rei, rainha e organização.
o referido desfile foi presenciado pela Vice-presidente da República, Esperança da Costa, pelo segundo vice-presidente da Assembleia Nacional, Raúl Lima, pelo governador de Luanda, Luís Nunes, pela vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa, entre outras entidades.
Em declarações à ANGOP, no final do desfile, os amantes do carnaval vibravam com a boa performance demonstrada pelos grupos no quesito das coreografias, indumentárias e entrega durante as danças.
De uma forma geral, há uma unanimidade que os grupos investiram, de facto, para este “show competitivo”, tendo em conta as suas exibições.
Os presentes divergem sobretudo na exibição dos grupos Recreativo do Kilamba, União Mundo da Ilha, União Kabocomeu, União 10 de Dezembro, União 17 de Setembro, União Kiela, União Njinga Mbandi, entre outros que concorreram nesta edição dedicada à independência nacional.
Os grupos procuraram trazer à Nova Marginal de Luanda um rescaldo dos 50 anos de Angola, nas componentes política, social e económica, com uma necessidade da preservação dos hábitos e costumes dos angolanos.
Renderam homenagens a todos aqueles que, de uma forma geral, lutaram contra a colonização de Angola, independência, paz e desenvolvimento do país.
No final, o ministro da Cultura, Filipe Zau, enalteceu a actuação dos grupos carnavalescos no acto central da edição 2025 do carnaval, argumentando que apesar do pouco subsídio, tiveram criatividade e mostraram um bom trabalho.
"Eles receberam a mesma coisa. Enquanto que há grupos que a gente vê grandes coisas, outros já vimos menos criatividade, portanto, não é o dinheiro o determinante para se fazer uma boa exibição, mas o que é importante é trabalho, é também a investigação daquilo que se faz", ressaltou.
Segundo ainda o ministro Filipe Zau, os grupos mostraram muita criatividade em torno do tema proposto para este ano, inserido nos festejos dos 50 anos da independência nacional.
A presente edição conta com 13 grupos na classe infantil, 11 na classe B e 12 na classe A, que exibem-se ao estilo do semba, kabetula, kazukuta e dizanda para animar os presentes.
Os primeiros registos do Carnaval em Angola são de 1857, referentes à festa popular dos Kimbundos, num evento cultural interrompido de 1961 a 1963 e de 1975 a 1977.
Em 1978, o Presidente Agostinho Neto recomendou um carnaval diferente daquele que era conhecido na época.
Com o resgate do Carnaval por Neto, em 1978, a festa passou a ser congregadora, anual e competitiva, pelo que os participantes passaram a ser agraciados com estímulos.
O primeiro grupo a vencer o Entrudo foi União Operário Kabocomeu, do Sambizanga.
Actualmente, o União Mundo da Ilha é o "campeão dos campeões", com 14 títulos conquistados, seguido do União Kiela, com cinco prémios, União 10 de Dezembro, com quatro, o União Angola Independente e o União Sagrada Esperança, com três troféus, respectivamente.
O Carnaval é uma festa popular tradicionalmente cristã, apesar de algumas de suas características remontarem a celebrações realizadas por diferentes povos pagãos na Idade Antiga.
A relação entre o Carnaval e o Cristianismo está na proposta da igreja de canalizar os "impulsos carnais" dos fiéis em uma data apenas, para, depois, impô-los um período de restrição e jejum, actualmente conhecido como quaresma que se inicia na quarta-feira a seguir ao Carnaval. AB/OHA