Huambo - A Bienal Internacional do Livro, aberta a 11 do corrente mês, em formato virtual, sugere, este sábado, a inclusão da história africana no ensino geral no continente “berço da humanidade”, para contrapor a visão eurocêntrica tratada nas escolas.
O facto foi dado a conhecer à ANGOP, pelo porta-voz do evento, Nituecheni Africano, depois da abordagem da temática sobre a “Importância da literatura africana no ensino da História e das Culturas da África”, com o propósito de desconstruir a ideia de um continente genérico.
Assinalou que os participantes da Bienal Internacional do Livro, organizado pela Universidade Estadual do Brasil, representada por 80 países, manifestaram a necessidade de se incluir os estudos da História da África nos estabelecimentos de ensino geral, tanto públicos, como privados.
Informou que os participantes consideraram fundamental a utilização de recursos e valências pedagógicas apropriadas e que incluem a literatura africana, a língua como instrumento de comunicação, os recursos artísticos, estéticos, a interacção social, a difusão da cultura e a democratização do conhecimento.
Por exemplo, disse, o arqueólogo nigeriano Akin Ogundiran desenvolveu uma pesquisa convincente sobre o império de Oyó, na Costa Ocidental do continente, onde milhares de africanos tinham sido levados, durante o tráfico transatlântico.
Sublinhou que a literatura africana, sobretudo, àquela produzida no continente, pode ser decisiva para a compreensão da História e abrir caminhos para a consolidação da identidade dos povos, assim como a promoção do desenvolvimento sustentável, com a democratização do conhecimento.
Entre outros assuntos, a Bienal Internacional do Livro, já abordou temáticas sobre o desafio do ensino de artes plásticas africanas nas escolas, a importância das editoras no mercado africano e suas contribuições.
O evento virtual, com um volume de participação de 80 países, envolve 100 expositores e 258 autores nacionais e internacionais.
A Bienal Internacional do Livro, com término previsto para segunda-feira (18) está homenagear primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, e o centenário de António Jacinto do Amaral Martins, ex-ministro da Cultura em Angola entre 1975 a 1978. LT/JSV/ALH