Soyo - Os músicos do género folclórico, no município do Soyo, província do Zaire, pediram esta segunda-feira, aos promotores de eventos culturais na região, oportunidades para a divulgação deste estilo de música.
Em declarações à ANGOP, por ocasião do Dia da Cultura Nacional, que hoje se celebra, alguns artistas apontaram a inclusão deste género de música e danças no programa de eventos que têm sido promovidos, como forma de valorizar e perpetuar as tradições culturais locais.
Para o efeito, sugeriram a realização regular de festivais de música folclórica de âmbito municipal e provincial, contando com o patrocínio de empresas do tecido empresarial privado, no quadro da sua política de responsabilidade social.
Para o líder do grupo de música folclórica denominado “Luano”, Sebastião Jacinto Dongala, a promoção periódica de concursos da música folclórica ou tradicional seria uma das vias para o empoderamento da classe artística da região.
“Limitamo-nos a participar apenas em actividades inseridas em datas festivas ou cerimónias de inaugurações de empreendimentos, quando somos convidados, passando-se a falsa imagem de que temos sido valorizados”, lamentou.
Jóia Santos, do mesmo grupo folclórico, desafiou os promotores de eventos a convidar, amiúde, conjuntos de estilo folclórico nas actividades culturais que promovem, frisando que teria igual ou maior retorno, em termos de receitas, em relação aos músicos preferidos do género moderno.
Na sua visão, as políticas de incentivo e promoção das artes devem estimular todos os estilos musicais e de dança, sem exclusão, aliando o tradicional ao moderno.
Para Nsakala Muntu José, também músico da linhagem tradicional, as efemérides e datas festivas, ao nível local, deveriam ser melhor exploradas para servirem como verdadeiros espaços para a promoção, divulgação e valorização da criatividade artística na vertente tradicional.
Por sua vez, o docente universitário Nzolana Avelino, defendeu esta segunda-feira, em Mbanza Kongo, a necessidade da promoção de actividades extra-escolares como ateliês e colóquios sobre a história da região, como uma das vias para a transmissão dos valores culturais à nova geração.
O sociólogo considerou, também, viável a realização de visitas regulares a museus, locais e sítios históricos e culturais locais por parte da classe estudantil para beber dos conhecimentos ali transmitidos.
Apelou para que toda a sociedade se engaje na promoção, preservação e valorização do património cultural nacional, para deste modo evitar-se a “exportação ou transposição dos valores e padrões culturais alheios à realidade angolana, por consequência da globalização".
Participaram na palestra, inserida no acto provincial comemorativo do Dia da Cultura Nacional, 8 de Janeiro, presidido pelo vice-governador do Zaire para o sector político, social e económico, Afonso Nzolameso, membros do Governo, académicos, representantes das igrejas, autoridades tradicionais, entre outros convidados. JFC/PMV/JL