Luanda - O artista plástico mestre António Gonga, pseudônimo artístico de António Gomes Gonga, inaugurou, esta quarta-feira, em Luanda, a sua 5ª exposição individual de artes plásticas com 15 obras, com o tema principal "respingar em Fênix: A imanência da vida", na galeria Tamar Golan, na Ilha de Luanda.
A exposição, que está patente até ao dia 12 de Fevereiro, é uma linguagem visual profundamente poética, que transcende os limites da arte plástica, configurando-se como uma autêntica reflexão filosófica sobre a identidade, a liberdade e a modernidade africana.
Ao falar à ANGOP, mestre Gonga como também é conhecido, salientou ter levado seis meses para produzir os quadros, cuja sua motivação o facto de ter sobrevivido a três ataques de trombose, para mostrar que renasceu das cinzas para envolver a sociedade na possibilidade de resiliar com a sua criação artística.
Destacou haver na exposição, obras que retratam a celebração dos 50 anos de independência de Angola, metáforas sobre a globalização como sendo um parto difícil e homenagem a sua resiliência depois dos ataques de trombose.
Disse partilhar o sentimento de gratidão consigo mesmo, tendo em conta a dimensão pelo qual chama atenção e pelo que a sociedade espera de si, sendo que como artista está a observar e perceber aquilo que ainda pode fazer pela arte.
Acrescentou que usou sobretudo acrílico sobre tela, soldadura de ferro velho e material reciclável encontrado na comunidade e composto em esculturas expostas.
António Gomes Gonga, escultor, pintor e artista plástico de destaque no panorama artístico angolano, nasceu a 25/04/1964, em Quitende (Aldeia Viçosa), município do Quitexe, província do Uíge.
Em 1987, teve o primeiro contacto com a União dos Artistas Plásticos Angolanos (UNAP), da qual se tornou membro, em 1996, concluiu o curso de Escultura no Instituto de Formação Artística de Luanda e no ano de 2015, ingressou no curso de Artes Visuais e Multimédia no Instituto Superior de Artes (ISARTE).
Professor no Complexo das Escolas de Arte, dedica-se a projectos de índole social, como o projecto Sol de Cacimbo – Artes e Ideias, Lar Kuzola e Associação Mulemba. Tem na sua galeria o 2º e 1º prémio de Escultura e Artes Visuais no EnsArte em 2002 e 2015 e 1.º Prémio Cidade de Luanda em Artes Visuais (2003).
Formado em Escultura pelo Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural de Luanda, expôs pela primeira vez, de forma individual, em 1994, no Hotel Meridien, em Luanda, a colecção “O desabrochar de um sonho”, em pintura e desenho e tem participado em outras exposições colectivas e individuais desde 1987. SJ/SEC