Artista plástica Ana Quirin expõe “Impressões” em Benguela

     Cultura           
  • Benguela     Sábado, 23 Março De 2024    08h52  
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Ana Quirin, inaugura exposição em Benguela
Ana Quirin, inaugura exposição em Benguela
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Exposição " Impressões patente " ao público em Benguela
Exposição " Impressões patente " ao público em Benguela
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Catumbela – A artista plástica franco-brasileira Ana Quirin inaugurou, nesta sexta-feira (22), na galeria do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela (MNAB), uma mostra individual intitulada “Impressões”, com 16 obras do estilo abstracto.

Com a curadoria de Berta Teixeira, as obras, em exposição até 31 de Maio, variam de 2 a 6 metros de comprimento e, em vez do habitual estilo clássico – os aros e as telas esticadas - Ana Quirin deu asas à sua criatividade artística ao pintar em panos Samakaka, de origem angolana.

Em declarações à ANGOP, a artista plástica ressalta que a sua colecção de pintura está baseada nos panos Samakaka, por ser uma bandeira cultural de Angola e um apelo à ancestralidade africana.

“Os nossos ancestrais pintavam em cima de cascas de madeira, pele de animais e tudo o que encontravam”, recorda Ana Quirin, dizendo que foi a pensar nisso que criou estas obras, como que de um diálogo intenso com as suas raízes, plantadas em África, se tratasse.

Segundo ela, nenhuma das 16 obras expostas têm título para que o espectador interprete se a pintura é uma mulher, um rio ou a serra da Leba, conforme as suas próprias impressões.

Para ela, nos panos Samakaka estão retratadas impressões de uma maneira abstracta de tudo o que viu e sentiu no dia-a-dia, em Luanda, onde encontrou a inspiração para esta criação.

 “Como representar e apresentar isso ao público ? Então eu disse: o Samakaka preto e branco para que não me influencie nas cores”, notou.

E acrescenta: “Eu abro o meu espaço em cima do Samakaka e aí faço a minha impressão”.

Antes de Benguela, deu a conhecer que esta exposição já passou por Luanda, há sensivelmente um ano, no Espaço de Arte/Sky Gallery, no Kinaxixe, onde esteve em cartaz durante dois meses e meio.

“É uma exposição um pouco itinerante e depois ela continua a viajar”, diz, para quem a ideia foi realmente fazer coisas impactantes para mostrar algo novo, mas, sobretudo, ligado aos nossos ancestrais.

Também agradeceu a colaboração do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela, considerando que o tecto alto do espaço é ideal para esse tipo de exposição, que vai prolongar-se até finais de Maio por conta das festas da cidade de Benguela.

Mas explicou que a partir de Junho, a colecção de pintura poderá viajar para mais duas cidades de Angola, ainda por confirmar, uma vez que a exposição é itinerante.

Materiais

No seu trabalho, Ana Quirin frisou ter dispensado o uso do pincel em detrimento da água, que faz o desenho e, para isto, usou uma técnica que vai ganhando espaço entre os pintores e que consiste em misturar a tinta e jogá-la no pano.

“O pano é lavado, passado a ferro e posto a secar para impermeabilizar o lado de fora para que a tinta não atravesse”, detalhou, e na feitura destas obras usa, ainda, um secador de cabelo e três ventoinhas dentro do atelier para secar a tinta sobre o pano, processo que pode levar um mês.

Ainda se manifestou disponível para, enquanto durar a exposição, trocar experiência sobre essa técnica com os artistas plásticos em Benguela e perceber as suas dificuldades, avanços e expectativas.

Sobre a artista

Artista plástica franco-brasileira, Ana Quirin é natural do Estado da Bahia, no Brasil.  Estudou na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Paris VIII/França, tendo ainda mestrado em desenvolvimento do turismo local/França.

Começou a pintar em 1985 em Paris, por influência de um amigo, e de lá para cá já participou em várias exposições, tanto no Brasil, como na França, Antilhas, Chile, Madagáscar e agora em Angola, onde vive actualmente.

Vencedora do concurso de artes plásticas da escola de Artes Plásticas do Rio de Janeiro, com o tema “Maravilhas do Rio de Janeiro 2015”, Ana Quirin desenvolveu seu próprio estilo, quer na pintura, quer na fotografia e na escultura, graças à mobilidade geográfica.  JH/CRB 

 

 





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