Huambo – O antropólogo Gregório Tchicola defendeu, esta quarta-feira, na cidade do Huambo, a necessidade da promoção, cada vez mais, do espírito de angolanidade, para a defesa e preservação da memorável identidade nacional e dos valores culturais.
O antropólogo defendeu esta tese durante a conferência sobre “Cultura, Identidade e Angolanidade”, inserida nas comemorações do Dia da Cultura Nacional, que hoje se assinala e cujo acto central acontece na província do Huambo.
O também director-geral do Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro” explicou que a angolanidade está relacionada com o princípio de aceitar-se como angolano, pois o sentido de identidade pressupõe ser igual a si próprio, dentro do espírito de grupo que identifica a todos.
Recordou que todo ser humano tem um passado, presente e um futuro ligado à origem de cada cidadão angolano saber onde nasceu e quem o educou, na medida em que este educador espera pelo respeito pela ancestralidade, com foco nos valores morais e culturais.
Outro pressuposto, segundo o antropólogo, está ligado à história, pois que quem quer construir uma identidade não se deixa marginalizar, mas centraliza-se para colher os valores, fazer o histórico e manter intactas as origens.
“Angola tem um histórico lindo, mas, também, negro, que ficou marcado pelo colonialismo, escravatura e por guerras, que, apesar de terem destruído povos, acabaram, em certos casos, de cimentar e nutrir a coesão social, que deram sentido de pertença e de unidade nacional”, assinalou.
Disse que a história do colonialismo é importante para as bases da angolanidade, para se saber os ganhos da liberdade, que se consubstancia pela conquista da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Considerou que o sangue vertido pelos angolanos durante a luta pela Independência Nacional deve nutrir e fazer crescer ramos do futuro, dentro do espírito de proximidade e aliança, filiação de germanidade e do avunculato, para a coesão e unidade nacionais.
Por sua parte, o historiador Venceslau Casese disse que o trinómio cultura, identidade e angolanidade constitui a espinha dorsal para a concretização de uma nação que se quer sólida, desenvolvida e próspera.
O Dia da Cultura Nacional foi aprovado em decreto-lei nº 21 e publicada no Diário da República nº 87, I série, de Novembro de 1986, em homenagem ao discurso sobre a Cultura Nacional do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, proferido em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Na ocasião, o também poeta António Agostinho Neto, fez uma abordagem sobre a Cultura Nacional, que de então a esta parte, passou a ser referência fundamental em todas as discussões sobre a temática da Cultura angolana. JSV/ALH