Huambo – Agentes culturais na província do Huambo defenderam, esta segunda-feira, uma maior abertura de parcerias com a direcção do Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, para a realização de mais espectáculos e exibições músico-culturais rentáveis.
Em declarações à ANGOP, a propósito do funcionamento do centro, um ano depois da sua inauguração, pelo Presidente da República, aconselharam os gestores do empreendimento a reforçarem os convénios e a trabalharem de “mãos dadas” com os fazedores da cultura, para fazer jus o propósito da sua construção.
O presidente da Associação de Teatro na província do Huambo, Rodrigues Canhanga Eurico, disse que ainda se assiste a pouca utilização das salas existentes na infra-estrutura, facto que retarda o desenvolvimento das artes cénicas na região.
Daí, pediu acordos de facilitação no acesso, com ganhos de ambas as partes, de pelo menos uma das salas aos finais de semana, para exibição constantes das suas peças, pois o empreendimento possui conforto e boa estadia, tanto para quem assiste, como para quem exibe o espectáculo.
Disse ser importante haver maior dinamismo e unidade com os agentes, para se alavancar a arte cénica local e fazer do Huambo a capital da cultura angolana.
Por sua vez, o actor Felélé de Papel, pseudónimo literário de Fernando Manuel Goe, disse ser necessário maior aproveitamento e dinamização desta imponente infra-estrutura, em parceria com os fazedores da cultura do país.
Salientou que mais do que realizar eventos, é, também, preciso preservá-lo e tirar proveito das suas benesses, para salvaguardar os propósitos da sua construção e que não entre em decadência no curto espaço de tempo.
Para o representante da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) na província do Huambo, Benvindo Serafim, o Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro” pode, se bem aproveitado, fazer jus à transformação desta região do país de capital de cultura em Angola.
Afirmou ser um investimento que deve servir os artistas e a população, com exibições de peças teatrais e espectáculos músico/culturais, depois de uma longa jornada de trabalho.
Por seu turno, o representante do grupo Eliandjo Teatro, Antónino Calungo, disse ser um local importante, com palco, música e salas das melhores qualidades do país, que os fazedores da arte na região pediam, prontamente atendida pelo Executivo angolano.
O Centro Cultural Manuel Rui Monteiro é uma infra-estrutura multidisciplinar e moderna, para a promoção e a divulgação da diversidade cultural do país, implantada numa área de três hectares, na confluência entre as avenidas Norton de Matos, do Granja e a rua que desce em direcção ao largo Deolinda Rodrigues, na cidade Alta.
Tida como a "Catedral de Artes angolanas" pelos fazedores de arte, homenageia o escritor angolano Manuel Rui Monteiro, autor de contos, poesias, romances e obras de teatro, para além de co-autor da letra (música de Rui Vieira Dias Mingas) que compõe o hino nacional Angola Avante.
O centro cultural possui três cine-teatros, com 500, 150 e 100 lugares, respectivamente, duas salas de conferências, um espaço para apresentação de trabalhos de arte, literatura e música, duas salas de artes plásticas e artesanato e uma de exposições.
Comporta, ainda, duas salas de dança, onde os professores terão a oportunidade de ensinar os principais estilos ancestrais do país, como o olundongo, okatita, elissemba, semba e tchianda.
Conta, igualmente, com 11 lojas de especialidades artísticas e culturais, dois restaurantes top de gama, um dos quais no seu 2º piso, com vista para a parte Alta da cidade, dois cafés voltados para a zona Baixa da urbe, áreas de apoio aos actores e músicos durante as suas exibições em palco e duas salas para aula de canto, com a execução dos instrumentos musicais ancestrais, com destaque para o quissange, marimba, dikanza e puita.
O Centro possui um bar, posto policial, uma geladaria, parque infantil, loja de venda de bebidas, duas salas multifunções, um pátio aberto com um palco para espectáculos musicais, com uma capacidade para mais de seis mil espectadores, apoiado um restaurante a céu aberto e uma pedonal coberta, que ligará a infra-estrutura ao Jardim da Cultura.
A sua cobertura se configura como um fumo que sai da chaminé de uma locomotiva, pintada com as cores da Bandeira Nacional, em reconhecimento ao contributo do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) na promoção do desenvolvimento social, económico e cultural. ZZN/JSV/ALH