Luanda – Agentes culturais angolanos manifestaram-se, em Luanda, entristecidos com a morte do líder da banda antilhana Kassava, Jacob Desvarieux, vítima de doença.
Em reação a morte do artista, que já esteve em Angola por diversas ocasiões no comando da banda, consideram ser uma perda irreparável no mundo da música.
Os entrevistados da Angop dizem o mundo zouk perde uma referência que partilhou, ao longo da sua carreira, palcos com artistas angolanos, tanto na concepção de obras musicais como em palco.
Falando à Angop, o responsável da Nova Energia, Yuri Simão, disse que Jacob foi uma figura da música mundial, do Zouk em particular, e que o seu legado deve ser seguido.
"Foi o homem e ficou a obra. O seu trabalho é eterno. As próximas gerações vão ouvir e estudar as suas obras, particularmente quando se falar de Zouk, género desenvolvido pelos Kassav", frisou.
Yuri Simão considera ainda que sem Jacob os Kassav não serão os mesmos.
A propósito, o músico e compositor Yuri da Cunha manifestou-se desolado com a notícia do passamento físico do artista anrtilhado.
Yuri da Cunha disse que Jacob foi um artista de excelência, e a sua obra, com sucessos internacionais, falam por si. “O mundo da música, fundamental do estilo zouk, perde um dos seus mais notáveis embaixador”, disse.
Recorda que teve o privilégio de partilhar o mesmo palco com Jacob, em alguns festivais no país, com quem trocou muitas ideias sobre algumas parcerias.
Jacob Desvarieux havia sido hospitalizado a 12 deste mês, após ter sido detectada a infecção.
O grupo Kassav, que realizou inúmeras digressões em África, atingiu o pico da popularidade no final da década de 1980.
O primeiro contacto da banda Kassav com o público angolano data de 1984, num concerto que reuniu mais de 20 mil pessoas no Estádio dos Coqueiros.
Cinco anos depois regressam para um concerto no Estádio da Cidadela. Em 2006, a banda regressa para animar a 2ª edição do Festival Super Bock Super Rock, realizado no Estádio da Cidadela Desportiva, ainda com Patrick St. Eloi, falecido em Setembro de 2010.
Seguiram-se os concertos em 2010, e em 2012, no “Grand Mechant Zouk”, que reuniu a nata do Zouk na Cidadela Desportiva, com Guilou Lafarge, Luc Leandry, Eric Brouta, Frédéric Caracas, Harry Diboula, Warren, Dédé Saint Prix, Princess Lover, Fanny J, por Angola Eduardo Paím e Yola Araújo.
A sequência de espectáculos, não menos importantes em Angola, se inscrevem os de 2013, 2014 e 2015.
O grupo Kassav, que marcou na década de 80 os angolanos dada a sua boa música, foi formado em 1979 por iniciativa de Pierre Edouard Décimus e Freddy Caracas, juntamente com Jacob Desvarieux e GeorgeDécimus.
O seu primeiro álbum intitulado “Love and ka dance” foi lançado no início de 1980 e o segundo - “Laguémwen”, no mesmo ano. Da lista, constam ainda “Passeport”, “Ayé”, “Noula” e “Yélélé”, “Majestikzouk”, “Tékit Izi” e “Difé”.
Ao longo da sua carreira, já foram distinguidos com vários discos de ouro e de platina. Já estiveram em vários países, tais como Angola, Argélia, RDC, Níger, Burkina Faso, Togo, Benin, Gabão, Côte d´Ivoire, Portugal, França, Rússia, Seychelles, Mayotes, Comores, Canadá e Estados Unidos .
Uma das características do grupo é a “independência” dos seus integrantes para o lançamento de discos a solo, mas com a participação de todo o colectivo.
Deste modo, Jacob lançou “Oh Madiana”, “Banzawa” e “Euphrazine Blues”, seguido pelo George Décimus (“Avec Kassav et cie” e “La vie”), Patrick Saint-Eloi (“Misikce lanmou”, “Zouké”, “Bizouk” e “Loutans”), Jean-Philippe Marthély (“Ti coq”, “Rété”, “Black Jack”, “Si sé taw” e “Opeyi”), Jean-Claude Naimro (“Enbalatè” e “Digital Dread”), Jocelyne Béroard (“Siwo” e “Milans”).