Luanda - As academias e outras instituições afins foram chamadas a manter vivo o legado de António Agostinho Neto para as futuras gerações, com a produção de obras de investigação, sobre o pai da nação e primeiro presidente de Angola.
O apelo foi feito, esta terça-feira, em Luanda, pelo administrador executivo da Fundação Agostinho Neto, Amarildo da Conceição, durante a conferência sobre “Vida e Obra de Agostinho Neto”, promovida pela Liga Angolana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP), onde referiu ser necessário o incentivo à pesquisa por parte instituições, no sentido de transmitir às novas gerações referências importantes sobre a Neto, que possam ajudar na construção da personalidade dos jovens.
A conferência visou prestar homenagem ao humanista, político, estadista e homem de cultura, bem como enaltecer o seu legado para conhecimento das novas gerações, juntando académicos, políticos, representantes religiosos, em prol de uma dissertação sobre Neto.
Para o Bispo da Igreja Metodista Unida, Emílio de Carvalho, o pensamento de Neto “o mais importante é resolver o problema do Povo”, continua presente, pois na sua visão profética, viver é conhecer a abundância da prosperidade.
Referiu ainda que já se falou muito sobre a vida e obra de Neto, mas o momento agora, é de praticar os seus ensinamentos e estar preparado em aceitar o desafio que o pai da nação angolana propôs.
Por sua vez, o historiador e sociólogo Cornélio Caley referiu a necessidade dos mais variados campos do saber contribuírem nos estudos sobre Agostinho Neto, uma vez que a nível internacional várias obras são publicadas com foco no poeta maior e em Angola pouco ou nada dão o ar da sua graça.
Neste contexto, a presidente interina da LAASP, Elisa Salvador afirmou que o acto serviu para dar a conhecer a nova geração sobre a personalidade humanista, política e homem de cultura que foi Agostinho Neto.
Elisa Salvador avançou ainda que várias outras actividades serão realizadas pela Liga, que culminará no dia 17 de Setembro, com um “Komba” (ritual angolano tradicional que encerra o óbito).
A conferência, prestigiada pela viúva do primeiro presidente de Angola, foi aberta com um acto cultural animada por crianças, com a exibição de uma peça teatral que retrata a figura do poeta maior, com a declamação de vários poemas.
António Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, em Kaxicane, Icolo e Bengo, e faleceu a 10 de Setembro de 1979.
É uma referência da cultura nacional, tendo escrito várias obras traduzidas em diversas línguas, com destaque para “Quatro Poemas de Agostinho Neto”, em 1957, “Sagrada Esperança” (1974) e “A Renúncia Impossível” (1982).