Huambo – Os membros da Associação Angolana de Teatro (AAT) recomendaram, este sábado, no Huambo, a valorização do teatro, por continuar a ser uma das maiores ferramentas para educação e moralização da sociedade, para a mudança de comportamento.
Os participaram da primeira jornada nacional do teatro, aberta a 27 do corrente mês, sob o lema “Por uma classe unida e forte”, defenderam, igualmente, a elaboração de projectos que visam a obtenção de financiamento junto de organismos e parceiros nacionais e internacionais.
Consideram importante a redefinição dos mecanismos para a conquista de recursos financeiros capazes de dinamizar a indústria do teatro.
De igual modo, auguram pela melhoria dos métodos de comunicação, entre a direcção da Associação Angolana do Teatro e seus actores, com vista a garantir melhor alinhamento nas políticas que se impõem, para além de fazer advocacia junto das instituições do Estado.
Esta advocacia, acrescentaram, irá garantir a melhoria das infra-estruturas de base, o acesso às tecnologias de informação e comunicação, assim como a dinamização do peso fiscal para as empresas do sector das indústrias culturais e criativas.
Os participantes destacaram, também, a necessidade de haver maior colaboração com o Executivo, na perspectiva da promoção da interpretação dos dossiers do teatro angolano e a sua importância na pacificação dos espíritos, incluindo com a Assembleia Nacional no domínio da iniciativa legislativa que orienta a materialização dos programas da cultura.
Em declarações à imprensa, o presidente da AAT, Tony Frampénio, manifestou a necessidade da institucionalização do teatro no país, como forma de valorizar os actores das artes cénicas e contribuírem no desenvolvimento social e económico.
Afirmou que dentro das políticas de diversificação da economia angolana, o teatro pode contribuir, significativamente, para o enriquecimento do Produto Interno Bruto (PIB) à semelhança do que acontece em vários países do mundo e do continente, africano, em particular, como é caso da Nigéria.
Disse ser importante que o teatro seja, também, introduzido no sistema de ensino, para que desde a base as crianças aprendam esta arte, que contribui na preservação da cultura da paz e humanização.
“Os outros países evoluíram nesta área pela aposta na formação e capitalização dos quadros, promovendo, deste modo, um teatro de qualidade com uma gestão da produção e administração desta actividade que, para além do aspecto simbólico, estético e artístico, pois alberga, também, a dimensão económica e política, que Angola precisa abraçar para dar dignidade aos artistas”, frisou.
A melhoria dos conteúdos teatrais, voltados para a pedagogia e a cultura da paz, constitui um dos desafios da Associação Angolana do Teatro (AAT) para os próximos tempos, para o engrandecimento das artes cénicas.
Com este propósito, acrescentou, pretende obter, no futuro, quadros capazes de produzirem conteúdos com boas mensagens educativas dirigida à sociedade e interpretar os fenómenos sociais, sem ferir a sensibilidade do público.
Tony Frampénio referiu que quem dirige os grupos e peças teatrais, muitas das vezes com integrantes mais jovens, precisa ter uma dimensão pedagógica, cujas formações, tanto nas escolas, como nas oficinas, são capazes de oferecer em todo país, para além de Luanda.
O teatro foi criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro, por via da UNESCO, como resultado de toda a resiliência que a classe tem estado a prestar para que esta actividade continue a cumprir com o seu papel transformador e de humanidade, sendo que a 27 de Maio de todos anos, comemora-se o Dia Mundial da efeméride.
O teatro é uma arte milenar e funciona como um meio de divulgação da cultura de diferentes povos, cuja trajectória histórica no mundo, Angola, em particular, ajudou sempre a narrar por via de géneros como a comédia, o drama, a farsa, a tragédia, a tragicomédia, o melodrama e a revista, a narrar os factos vivenciados nas áreas políticas, económica e social. JSV/ALH