Luanda- Com o objectivo de eternizar os feitos e contributo do considerado fundador da ficção literária angolana, Óscar Ribas, a secretaria de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, abriu, esta terça-feira, em Luanda, as celebrações do 112º aniversário do nascimento do escritor, etnólogo e ensaísta.
Na Casa Museu Óscar Ribas estão expostas fotografias, documentos, correspondências, objectos usados pelo autor, bem como exibido um documental audiovisual com tema “A caixa preta de Óscar Ribas”, que fica patente até meados de Novembro.
Durante a abertura da “Caixa Preta de Óscar Ribas”, Maria da Piedade de Jesus reconheceu que a figura do autor não passa despercebida em Angola e no estrangeiro, considerando o acto de grande importância quer para a geração actual e futura para o conhecimento da história do país.
Neste sentido, referiu que o museu está a promover literatura angolana importante e que se deve ser levada em conta na educação da juventude.
Maria da Piedade de Jesus afirmou ainda que as obras de Óscar Ribas reflectem bem a cultura angolana, sendo necessário enaltecer este ícone da literatura.
“Promover a vida e obra de Óscar Ribas é promover a nossa identidade angolana”, referiu.
Para Mário Ribas, o seu tio constituiu um ícone da história da literatura angolana, tendo lembrado que servia de “informante” sobre os hábitos e costumes a nível das Bwalas.
“Eu participei nos últimos livros, onde fui informante durante as últimas décadas da vivência dele”, referiu.
Lembrando o tio, Mário Ribas não se esqueceu de fazer menção da hora 19, horário predilecto de Óscar Ribas comer ginguba, bem como o momento de ouvir o “Angola Combatente”.
Mário Ribas refere que as obras de Óscar Ribas serviram para levantar a moral dos jovens angolano.
Já o historiador Patrício Batsikama referiu que a sociedade deve encarar a figura de Óscar Ribas em três demissões, a capacidade de escrever a cultura luandense, o seu percurso literário e a forma como expõem os factos produzido no início do século XX.
“Óscar Ribas é um pilar da nossa literatura. Quando se pretende escrever sobre a história da literatura angolana devemos começar por olhar a sua obra, não só pelo estilo, mas pela riqueza cultural que ele imprime”, referiu.
Para o artista Adérito Rodrigues, Óscar Ribas é um dos grandes ícones da literatura angolana, uma vez que muitas das suas obras estão adaptadas em palco por vários grupos de teatro é fruto dessa escrita.
“Hoje, ao festejar o seu aniversário, é mais um ensinamento, no sentido de ir buscar aqui que é o real pensamento Óscar Ribas”.
Considerado fundador da ficção literária angolana, Óscar Ribas iniciou a sua actividade literária ainda estudante do Liceu, dentre as obras destacam-se: Nuvens que ficam verdes, (1927), (novela), Resgate de uma falta de educação, (1929), (novela), Flores e espinhos Uanga, (1950), Ecos da minha terra natal, (1952).
Tem ainda Uanga - Feitiço (Romance Folclórico), Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos (1958,1975), Missosso 3 volumes (1961,1962,1964), Alimentação regional angolana (1965), Izomba - Associativismo e recreio (1965), Sunguilando - Contos tradicionais angolanos (1967, 1989), Kilandukilu - Contos e instantâneos (1973), Tudo isto aconteceu - Romance autobiográfico (1975), Cultuando as musas - poesia (1992), Dicionário de Regionalismos angolanos.
No que toca a prémios destaque para Margaret Wrong (1955), Prémio de Etnografia do Instituto de Angola (1958), Prémio Monsenhor Alves da Cunha (1962). Já títulos são: Membro titular da Sociedade brasileira de Folk-lore (1954), Oficial da Ordem do Infante do governo português (1962), Medalha Gonçalves Dias pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968), Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura (1989).