Paris - A França e os Estados Unidos vão unir esforços para tentar pôr fim à grave crise política e económica no Líbano, anunciaram nesta sexta-feira, 25, os chefes das diplomacias dos dois países.
"Decidimos agir juntos para pressionar os responsáveis pelo conflito. Sabemos quem eles são. A imobilidade não será uma solução", disse Jean-Yves Le Drian, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken.
"Tomamos nota do colapso dramático do país, da incapacidade das classes políticas para recuperar o país e do drama da hipótese de esse país desaparecer", explicou Le Drian, acrescentando que França e EUA desenvolverão iniciativas sérias que são "essenciais para desbloquear a situação", "por respeito ao povo libanês."
"Os Estados Unidos, a França e a comunidade internacional estão prontos para ajudar o Líbano. Mas tem de ser um Líbano que se comprometa com uma mudança real. Precisamos ver uma liderança real em Beirute", a favor de uma maior transparência e do "fim de uma corrupção endémica que causa tantos problemas ", disse o secretário de Estado norte-americano.
Desde o início da crise no Líbano, no Outono de 2019 - uma das piores do mundo desde 1850, segundo o Banco Mundial - a libra libanesa perdeu 90% do seu valor em relação ao dólar, no mercado negro.
Mais da metade da população libanesa vive abaixo da linha da pobreza, segundo a ONU.
O Líbano também sofre de grave escassez de gasolina e medicamentos e encontra-se numa situação política de ausência de Governo há 10 meses, por falta de acordo entre os partidos no poder, acusados de não se esforçarem por resolver os problemas reais do país.
Paris adoptou recentemente restrições ao acesso ao território francês de personalidades libanesas consideradas responsáveis pela crise, sem revelar a sua identidade.