Luanda – Angola viu a sua rede hospitalar reforçada com mais de 20 novas unidades, em 2024, incluindo sete hospitais de referência nacional e um centro de hemodiálise, além de dar início às cirurgias robóticas.
Por Amélia Cabinda, jornalista da ANGOP
Entraram em funcionamento os serviços da primeira fase do novo Hospital Militar Principal (HMP) e dos hospitais gerais de Viana, Cacuaco, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Cunene e Ecunha, todos com tecnologia moderna para prestar assistência médica de qualidade.
A estas unidades, concebidas para oferecer serviços especializados com padrões humanizados, junta-se o Centro de Hemodiálise do Huambo, na região centro do país.
Ao todo, Angola passou a ter 3.346 unidades sanitárias, sendo 3.094 postos e centros de saúde, 173 hospitais municipais e 23 provinciais, 34 hospitais especializados e 22 centrais, totalizando 42.707 camas, contra as 37.808 contabilizadas no ano anterior.
Com capacidade para 160 camas, o novo HMP conta com salas de observação, urgência, imagiologia, laboratório e ecografia, entre outros serviços, além de apoiar a formação dos profissionais da saúde militar.
Já o Hospital Geral de Viana “Bispo Emílio de Carvalho”, localizado no Zango, tem capacidade para 350 camas, emprega mil e 200 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos de imagiologia e de laboratório.
Contém cinco salas de operação, oito enfermarias para internamento, um centro de diagnóstico centralizado e serviços de emergência, obstetrícia, ginecologia, pediatria, ortopedia e medicina geral.
Por seu turno, o Hospital Geral de Cacuaco “Heróis de Kifangondo” conta com mais de 300 camas, estando preparado para assistência especializada de média e alta complexidade, com um atendimento pediátrico, obstétrico e um centro de oncologia.
Funciona com mil e 200 profissionais de várias carreiras, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutico, técnicos de apoio hospitalar, assistentes sociais, entre outros.
O Hospital Geral do Cuanza-Norte “Mário Coelho Pinto de Andrade” tem capacidade para atender mais de mil pacientes por dia com 200 camas para internamento.
Na província do Cuanza-Sul, o Hospital Geral “Raúl Díaz Arguelles" é também uma unidade sanitária de nível terciário com 200 camas e equipado com aparelhos de última geração para garantir cuidados médicos de alta qualidade.
A infra-estrutura sanitária presta serviços de cirurgia, imagiologia, reabilitação física, neonatologia, urgências, cuidados intensivos e outros, com destaque para o atendimento a doentes renais, que, pela primeira vez, dispõem de sessões de hemodiálise localmente.
Por seu turno, o Hospital Geral do Cunene “General Simione Mucune” promove tratamento médico diferenciado às populações do Sul do país, reduzindo significativamente evacuações para unidades centrais ou no exterior.
O novo hospital, com capacidade para 200 camas, foi concebido para proporcionar um ambiente acolhedor aos utentes e suas famílias e oferece também serviços de hemodiálise e unidades de terapia intensiva (UTI).
Enquanto isso, o Centro de Hemodiálise do Huambo, segunda unidade do país com maior capacidade de internamento, pode acolher 294 doentes renais em três turnos diários e 392 em quatro turnos diários.
Anexo ao Hospital Sanatório, o Centro possui uma sala de diálise com 50 máquinas de alta tecnologia para filtragem de sangue e outras funções como o controlo da pressão arterial, que ajuda o organismo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, ureia e creatinina.
A operacionalização dessas infra-estruturas é descrita como a expressão da determinação do Executivo angolano de apostar em serviços de proximidade para aumentar o acesso aos cuidados primários.
Cirurgia robótica e especialização
Marcou ainda o ano de 2024 a primeira cirurgia robótica em Angola, realizada no Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares “Cardeal Dom Alexandre do Nascimento”, com o apoio de uma equipa de especialistas dos Estados Unidos da América.
O robô cirúrgico, colocado à disposição do Serviço Nacional de Saúde, junta-se aos outros meios para uma melhor prestação de cuidados de saúde.
No domínio da especialização, foi anunciado um plano de formação de 38 mil profissionais de saúde de especialidade, a decorrer até 2027.
Mais de três mil médicos devem frequentar a formação especializada, assim como quatro mil enfermeiros.
Vacinas
O ano findo também testemunhou o lançamento do Plano Nacional de Contingência para o Controlo da Varíola do Macaco e a recepção das primeiras vacinas contra o cancro do colo do útero.
Por outro lado, foi possível diminuir as evacuações para o exterior do país, através da Junta Nacional de Saúde, como resultado dos investimentos do Executivo angolano para melhorar os indicadores de saúde pública e de cobertura de vacinação de rotina.
No mês de Setembro, o país recebeu pela primeira vez 1,4 milhão de doses da vacina contra o cancro do colo do útero que serão destinadas às meninas dos nove aos 12 anos de idade.
Trata-se da vacina CECOLIN, fabricada pelo laboratório da INOVAX, que está pré-qualificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é considerada altamente eficaz e segura. MEL/OHA/IZ