Luanda - A manutenção do título Africano pela Selecção Nacional sénior feminina de andebol, o duplo resgate (interno e continental) da equipa do Petro de Luanda e a aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento da modalidade marcaram o ano de 2024 em Angola.
Por Walter dos Reis, jornalista da ANGOP
As “Pérolas”, designação da selecção do país, voltaram a elevar a fasquia, ao conquistarem o 16º troféu no Campeonato Africano, disputado em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC), com Angola a fazer o pleno, uma vez que em todas as partidas as melhores jogadoras (MVP) foram angolanas.
Sem adversárias à altura, as atletas nacionais passearam classe, com Albertina Cassoma e Natália Camalandua a integrarem o sete ideal da prova continental.
Quanto à competição interna, o Petro de Luanda, agora orientado pelo treinador Luís Chaves, que rendeu no cargo Vivaldo Eduardo, resgatou dois títulos: o Campeonato Nacional e a Taça dos Clubes Campeões, 11 anos depois, títulos até então em posse do 1º de Agosto, que viu alguns dos seus principais activos rumarem para o o seu principal adversário.
A formação “militar” quedou-se na quarta posição na Taça dos Clubes Campeões Africanos, a mais baixa classificação obtida pelo clube nos últimos sete anos.
Em relação aos masculinos, o Interclube voltou a dominar o Campeonato Nacional e a Taça de Angola, sem a habitual pressão do 1º de Agosto, que se ressentiu da má fase financeira que o clube ainda atravessa, o que originou a falta de conquistas importantes.
O ano findo, o país também ficou marcado pela ausência, uma vez, das suas equipas masculinas nas competições africanas.
Plano Estratégico de Desenvolvimento do Andebol Nacional
Outro facto de realce em 2024 foi a elaboração pela Federação Angolana de Andebol (FAAND) de um vasto programa, ouvindo distintas figuras do desporto em geral, que culminou com a aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento de Andebol, sob o lema: “Visão 2030 - Olhar o Futuro Rumo à Excelência”.
Consubstanciado na antecipação mental do futuro, cuja planificação se constitui como caminho entre pretensões e a respectiva realização, o plano tem como meta principal incrementar o andebol em todo o território nacional, através da implementação sustentada das linhas de acção previamente definidas.
A captação de talentos, num trabalho conjunto entre clubes e escolas, bem como as comunidades, é um dos pressupostos contidos no documento.
O plano prevê para as selecções femininas a manutenção nas classes sénior e júnior, assim como o resgate da hegemonia em cadetes.
A melhoria da classificação em provas internacionais, como Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos, constam igualmente dos planos da FAAND, que tem como meta o alcance destes objectivos entre 2028 e 2032.
Para as selecções masculinas, Angola pretende obter conquistas no continente, em sénior e júnior, com a obtenção de pelo menos uma primeira classificação dos africanos de 2028 e 2030, e o posicionamento regular dos juniores nos três primeiros classificados em África.
Gestão administrativa da modalidade
A nível da gestão da modalidade, José do Amaral Júnior “Maninho” foi reeleito para o seu segundo mandato como presidente de direcção da FAAND, ao concorrer e ser eleito em lista única das eleições, para o quadriénio 2024-2028.
Ainda no domínio do andebol, Angola viu aumentar para três o número de treinadores com a categoria de “Master Coach”. Antes, apenas Vivaldo Eduardo possuía tais habilitações.
Agora o país conta também com William de Almeida e Luís Chaves, que conseguiram a certificação, habilitando-os a exercer funções ao mais alto nível e mundial. WR/VAB/SR