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Papel da igreja foi muitas vezes mal interpretado - Dom Zacarias Kamwenho

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  • Huíla • Sexta, 22 Novembro de 2024 | 17h02
Dom Zacarias Kamwenho, acrebispo emérito do Lubango
Dom Zacarias Kamwenho, acrebispo emérito do Lubango
Morais Silva - ANGOP

Lubango – Dom Zacarias Kamwenho, o Prémio Sakharov de 2001, é das mais icónicas figuras da religiosidade angolana.

Por Morais Silva, jornalista da ANGOP

Hoje, com 90 anos de idade e a viver o jubileu do seu episcopado, aceitou falar à ANGOP, para 'megulhar' na história, no presente e no futuro do país, tendo como foco os 50 anos da Independência nacional, que Angola assinala, a 11 de Novembro de 2025.

O primeiro bispo negro ordenado após o 25 de Abril exprimiu orgulho de ter sido parte da luta, mas não escondeu a desilusão.

Diz sentir-se, contudo, um “homem realizado e livre”, admite que nem tudo correu mal até hoje e que cada angolano deve ser um porta-voz da mensagem de esperança e confiança no futuro.

Confessa que, na sua idade, tem evitado as entrevistas, mas reconhece o papel da comunicação social no alcance do grande sonho desenhado pelos líderes dos movimentos que libertaram o país.

Eis a entrevista na íntegra:

ANGOP - Agradecemos por nos conceder este espaço para abordar os 50 anos da Independência de Angola. Como é que lembra o dia 11 de Novembro de 1975? Onde esteve na altura?

Dom Zacarias Kamwenho (DZK) – Estava em Angola, no Sumbe, como bispo da Diocese desde Agosto daquele ano. Foi um momento de ansiedade e felicidade que, em poucas horas, se transformou em momentos de tensão e medo.

A Independência passou por mim e conheci os meandros do evento e as pessoas que foram protagonistas desse grande acontecimento para o país e pela Nação, de sorte que falar à ANGOP sobre isso faz sentir-me feliz, porque é a nossa grande fonte e muitas vezes citada pelos grandes órgãos internacionais como a Rádio Vaticano, por exemplo.

ANGOP - Que aspectos lhe saltaram à vista durante a Luta de Libertação Nacional? Qual foi o papel da igreja neste processo?

DZK - Boa pergunta! Não sou o primeiro bispo negro de Angola, mas o primeiro após o 25 de Abril (1974), pois o primeiro da Angola moderna foi Eduardo André Muaca e depois Dom Arnaldo Amaral dos Santos (1970) e, em 1974, fui eu nomeado.

Assistimos cedo à luta de libertação colonial, pois, fui ordenado sacerdote, em 1961, e vi as consequências da guerra colonial, participei, no sentido de igreja, naquelas movimentações todas em que os angolanos eram chamados de terroristas e os portugueses jovens soldados de libertadores, pois eram os que tudo deviam fazer para que Angola continuasse como território português.

O papel da igreja foi muitas vezes mal interpretado. Vezes sem conta, por razões de nacionalismo dos próprios portugueses, que, até dentro da igreja, se mostravam a favor da guerra, no sentido de que os que pensavam em independência, de uma maneira violenta, eram condenados por esses portugueses que ocupavam lugares na igreja. Não digo que eram os bispos, porque, nessa altura, eram apenas três, designadamente Dom Moisés Alves de Pinho, Dom Daniel Gomes Junqueira, de Nova Lisboa, e o do Cuíto (nome não revelado), mas que, após a Independência, se retiraram e regressaram à antiga metrópole.

A Independência de Angola e todos esses contornos merecem uma abordagem mais profunda e uma reflexão que nos pode ajudar ainda hoje na nossa convivência, como tal. O papel da igreja foi sempre aquele de procurar ser a luz do mundo e o sal da terra, embora, muitas vezes, traímos esse papel que Jesus Cristo nos confiou e, quando aconteceu, toda a gente percebeu que não devia ser assim, mas nós (os que permanecemos fiéis) pusemos sempre no centro a felicidade e a dignidade do homem acima de tudo e acabamos, muitas vezes, conotados como sendo do MPLA, outros como parte da UNITA ou da FNLA.

Sabemos o que os padres do Norte, do Centro e do Sul passaram. Alguns chegaram mesmo a ser deportados, mas a Igreja trabalhou sempre para que dentro dela não houvesse alinhamento aos movimentos políticos, sobretudo por parte dos sacerdotes, religiosas e catequistas, como orientara, na altura, Dom Gomes Junqueira, que tinha como regra de vida o não-alinhamento com partidos políticos.

ANGOP - Certamente, após Angola alcançar a Independência, teve muitos desafios para se afirmar como Nação. Quais são os principais ganhos da autodeterminação dos angolanos?

DZK - Na minha visão, todos nós sentimos que éramos os donos dessa terra e eu sempre cito aquele verso de Agostinho Neto, de que “Eu não Espero, Sou Aquele de Quem se Espera”. Para mim, foi uma passagem que levei durante toda a minha juventude, porque me ajudou e com ela tento hoje auxiliar outras pessoas, pois, devíamos acatar esse compromisso com a Nação, respeitando as diferenças, para evitar conflito e cada um servir o melhor possível à Nação, à família e a si próprio.

Os ganhos da independência ficaram patentes: somos independentes e agora devemos ser nós a fazer do nosso país aquele que vai firmar-se, andando para frente.

Os ganhos dependem de todos, para que sejam reais. Precisamos de uma Independência económica, cultural e política, mas, para chegarmos aí, o Presidente Lourenço já disse: “é corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, a começar pela alteração da Constituição, pois leve o tempo que levar, precisamos de fazer uma Constituição que se adeqúe aos angolanos e não uma trazida com exemplos de fora.

Temos universidades que leccionam o Direito, para que se produza um texto que coloque os angolanos ao mesmo nível.

É tempo de acabarmos com isso de que sou do MPLA, da UNITA ou FNLA, devemos criar uma nova nomenclatura que nos una em torno da Nação, em vez dos partidos; que não nos reporte aos erros que esses movimentos cometeram.

João Lourenço deu bem a pista, o caminho é mesmo este, precisamos de reconhecer, em primeiro lugar, onde estamos errados e o que de bom foi feito, porque temos de admitir que, em 50 anos, nem tudo correu mal, algum bem se fez, pelo que, nesses 50 anos, cada um deve ser portador de uma mensagem de esperança, construtor da paz.

ANGOP - A Igreja também teve uma acção relevante em vários domínios, como na formação de quadros. Quer abordar este assunto?

DZK - Isso começou em 1491 com a chegada dos primeiros missionários europeus, com o começo da evangelização e os Católicos tiveram sempre a consciência de que era necessário ser a luz e o sal da terra. Por isso, houve uma liberdade que até o colonizador autorizou e, depois da Independência, a Igreja quis e quer levar à frente esse desiderato deixado pelo seu fundador, Jesus Cristo.

ANGOP - Infelizmente, seguiu-se um longo e duro processo de conflito armado que abalou todas expectativas dos angolanos em relação ao desenvolvimento. Queira abordar o papel da Igreja, sobretudo a Católica, para levar esperança às famílias durante este período difícil?

DZK - Muito bem, os nossos documentos foram sempre claros. Reunimo-nos duas vezes por ano e a ANGOP poderá, nos seus arquivos, ter esses documentos, e neles está patente que a Igreja sempre apontou, sobretudo a Católica, se evidenciou muito, a indicar que caminhos seguir. Por isso, propôs-se sempre liderar o processo de paz e reconciliação nacional.

ANGOP - Como é que avalia o processo de reconciliação. Sente que os angolanos estão mais próximos hoje, para enfrentar juntos o desafio do desenvolvimento?

DZK - Fala-se de facto muito, a nível dos políticos, sobre o assunto e como grande exemplo disso ressalto a visita que o Presidente João Lourenço fez à Rádio Ecclésia e eu disse aos meus colegas que era um passo grande, que significou que o mais alto dignitário do partido que governa, ao visitar uma rádio que não é a sua e que muitas vezes busca o contraditório, de onde vêem muitas críticas que podem não satisfazer a quem governa, foi um sinal de que a reconciliação é possível, mas ainda falta muito, temos que caminhar mais nisso e, como nossos guardiões da informação que sai para fora, é preciso que a imprensa seja parte disso. Precisamos de mais gestos como este, precisamos (de) ver um João Lourenço a tomar café com Adalberto Costa Júnior e outros políticos adversários. Quando é que veremos? Como cristãos, católicos ou protestantes, oremos a Deus para que haja, de facto, essa conversão.

ANGOP - Quais são os principais ganhos sociais e económicos do país durante estes 50 anos de Independência?

DZK – A paz é, decerto, o maior deles, pois, se olharmos para os problemas que se seguiram à Independência, não há bem maior que a paz. A autodeterminação do povo e a reconciliação nacional, embora embrionária, também não podem ser minimizados, ainda há muito que fazer, mas temos de reconhecer que nem tudo correu mal.

ANGOP - O que os angolanos fizeram mal e fizeram bem nestes 50 anos?

DZK - Em muitas coisas, temos de admitir que ficamos defraudados, …(risos), porque os nossos políticos, por exemplo Neto deu-nos a força e disse-nos que cada um era o esperado, Holdem Roberto trouxe boas perspectivas com o lema “liberdade e terra” e Savimbi com “união para a independência total”. É nesta senda que pensávamos que com a Independência teríamos de ser livres e donos da nossa terra. Por isso, no ano em que fui chamado a bispo, em 1974, pus no meu brasão a frase: “livres sirvamos ao Senhor”. Era uma reflexão à liberdade da Sagrada Esperança, de Agostinho Neto, o poeta maior.

Foi aí que percebemos que os nossos líderes tinham boas ideias, só precisavam (de) ser bem conjugadas, para que o país obtivesse uma verdadeira liberdade, de sorte que, quando saímos à rua para saudar a Independência e percebemos que, em pouco tempo, os irmãos estavam a digladiar-se, com tiros e a FNLA a tentar entrar em Luanda, ficamos defraudados.

Os nossos líderes foram ao país que, de facto, devia dar-nos a Independência, entregar-nos as chaves, não o fez. Em 1974, quando me torno bispo auxiliar de Luanda, senti na carne as consequências da guerra de palavras e a armada e nós, no bispado, acordámos muitas vezes ao som de tiros. São coisas que os mais jovens não viram, mas nós vimos e sentimos de perto aquela confusão e as coisas começaram a correr mal. Por isso, os ganhos quase que se perderam.

Nós sabemos que, em 1973, Angola teve o seu grande salto económico, pois, lembro-me de que estava no seminário, como professor, e toda a gente andava nas ruas a fazer compras nas grandes cidades, porque o café já era um produto da terra que dava dinheiro para todos, de maneira que o poder de compra era grande. Foi um ano em que Angola estava melhor, a projectar-se para um salto maior e os nossos políticos nos diziam que só com a Independência é que havíamos de ser melhor, mas, pela forma como se alcançou, em armas, os ganhos começaram a diluir-se logo a seguir à proclamação.

Por isso, não podemos negar que Portugal falhou, tudo devido ao 25 de Abril e, naquele momento, o Partido Comunista e com os apoios da URSS e de Cuba fez com que quem estivesse em Luanda fosse o mais beneficiado.

Quando em 2017 o Presidente Lourenço disse que “vamos corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, achei que teria chegado o momento, de facto, da nossa Independência, mas era necessário levar a sério o lema e, a poucos meses dos 50 anos da nossa Independência, digo que vamos celebrá-la e vamos, como cristãos, fazer força para que não sejam só celebrações de bater palmas, mas de uma verdadeira reflexão, de como nos vamos comportar, nos próximos 50 anos, porque a Nação não morre e vai para frente e somos todos nós.

ANGOP - Volvidos 50 anos, que desafios se colocam ao país para ser a Nação desenhada em 1975?

DZK - …ehh…para regressarmos - disse muito bem - à Nação desenhada à luz daqueles ideais, cada um com a sua força temos de sentar. Vem o 2025 e vamos celebrar 50 anos. Eu, como mais velho, lancei uma ideia, na Igreja, de congregar os ex-seminaristas, antigos padres e a todos estes estou a apelar para que nos juntemos, para que pensemos, como igrejas, o que devemos fazer para a nossa Nação, isso é ideia minha proposta à CEAST e ao meu arcebispo, dom Mbilingi, para que esse grupo ganhe uma força não política, mas nacional que nos leve a ver o que é moral, o que é permissivo, e encontrar um guia concreto para recuperar aquilo que foi o país que os nossos líderes sonharam por nós e connosco. Ainda vamos a tempo, porque não estamos desesperados.

ANGOP - A moralização da sociedade, sobretudo da juventude, ainda é um problema. Como vencer esta batalha?

DZK - Estabelecemos a Festa de Cristo Rei para o dia da Juventude, no domingo, 24. Fizemos isso porque a juventude que celebrou a Independência constitui os que são adultos de hoje, que têm as suas preocupações, e a Igreja tem sempre nos jovens os transportadores da boa nova e que não sejam vítimas de ideólogos sem princípios ou com ideologias de experimentação.

Há que ter princípios e fundamentos baseados na palavra de Deus, pois os jovens não devem ter receio, dado que o Evangelho é que ainda dá uma luz, uma força e nos traça um caminho, que até tem nome, Jesus Cristo.

ANGOP - Há também o problema do vandalismo dos bens públicos, num país que luta para criar equipamentos sociais para a população. Qual é a sua visão sobre esse mal?

DZK - O vandalismo de jovens que gritam slogans, que pensamos que ainda estamos na era da experimentação deve cessar, é preciso apontar aos nossos jovens um modelo acabado, que é Jesus Cristo, porque Ele nos diz o que devemos fazer para a reconciliação um com os outros. Por isso, a Igreja promove encontros para que os jovens sejam portadores de mensagens que promovam a vida.

A formação política, a formação da cidadania, encontrar um clima mais independente, um clima mais congregador e um clima em que não haja exclusão, em que nos sintamos nós, sem olhar no outro a cor partidária, este é o caminho a seguir.

Não há homem, mulher, marido, esposa perfeitos, todos temos defeitos e a tender para a perfeição, mas a juventude é fundamental para uma sociedade sã.

ANGOP - Como é que a Igreja olha para o actual ambiente político do país?

DZK - O actual ambiente político no país é partidarizado, não devia ser assim, não importa quem seja, os políticos priorizam primeiro o partido, quando devia ser a Nação. Não tenhamos receio de o dizer, há muitas coisas que não correm bem por isso.

Vamos sentar para que os próximos 50 anos sejam de um país para os angolanos e de igualdade.

ANGOP - Hoje, o país também sofre o fenómeno de proliferação de seitas religiosas, muitas delas estrangeiras. Qual é a sua visão sobre o assunto e as consequências para a construção de uma sociedade sã?

DZK - Boa pergunta, por isso vou resumir: quando Holden Roberto lançou a ideia de “liberdade e terra”, nós aceitamos e pensamos que devia ser uma liberdade de escolher o bem, sobre o mal, e nessa senda, como Igreja, insistimos que como religião não sejamos instituições sem princípios. É preciso atermo-nos a servir o homem, então, quando vemos essa proliferação de seitas, não se está a agir em prol da verdadeira liberdade, porque a verdadeira é aquela que escolhe o bem e bem que se quer é o que Deus quis para todos. Por isso, defendemos que deve haver critérios e ainda bem que o nosso Parlamento já tem o esboço da lei da liberdade religiosa e nessa, concerteza, teremos a oportunidade de nos debruçarmos sobre ela e a liberdade de emitir a nossa opinião e vermos como se deve aceitar uma igreja na nossa sociedade.

Muitas igrejas que estão hoje a entrar vão contra os princípios culturais, pois se fordes ao bairro Mapunda vereis que há uma igreja construída às escondidas em muros altos, mas hoje já mostra os seus traços, trata-se de uma mesquita, embora o islão não tenha autorização de professar em Angola, a obra está feita e isso é um indicador de corrupção, porque alguém deve ter sido pago para autorizar essa obra. Esperemos que respeitem a cultura de Angola e a religião tradicional.

O nosso governo teve a sensatez de dizer que o islamismo ainda não, e não o reconheceu, a não ser que tenha sido ontem (...risos), mas é preciso travar a corrupção, sobretudo quando coloca em risco a segurança nacional. Sei que a ANGOP pode não passar isso, mas tenho a coragem de dizer o que eu sinto e me preocupa essa permissibilidade vai ser pesada para Angola, os que estão a autorizar, decerto que até lá estarão vivos, mas os descendentes vão sentir.

ANGOP – Que mensagem quer deixar para os angolanos nestes 50 anos de Independência?

DZK - Muito bem… praticamente fui o primeiro a alertar que devemos celebrar os 50 anos da nossa Independência, não apenas, a nível político, mas a nível da igreja também e nós, sendo o sinal que Jesus deixou como o sacramento de que é possível falar com Deus e com o irmão, como igreja devemos celebrar esse jubileu da Independência, para que ela, como tal, aponte aqui o que esta mal, o que está bom e que se deve melhorar. O sonho angolano não vamos encontrá-lo em muitos romances ou livros, esse sonho foi desenhado por esses três homens (Neto, Holden e Savimbi), vamos recuperá-lo e torná-lo realidade, por isso apelo aos angolanos a ter confiança em si próprio, nos outros e na comunidade, respeitando os símbolos da Nação e a assumir as suas responsabilidades, porque antes de mais nada somos angolanos.

ANGOP – Para terminar, mas não menos importante, senhor bispo, quer falar dos seus 90 anos de idade (5 de Setembro), 50 de episcopado (23 de Novembro), se sente um homem realizado?

DZK - (…risos) se não me sentisse não estaria aqui a falar abertamente e sem receio para ti, falo com essa toda liberdade porque me sinto realizado, como homem. Escolhi ser padre e depois chamaram-me para o episcopado e estar à frente de muitas comunidades. Cheguei à idade de ser emérito e podia ficar onde quisesse, podia escolher o Sumbe, - a minha primeira diocese -, o Huambo – minha terra natal -, mas optei pelo Lubango, porque me sinto realizado e sinto que aqui conheço todos os cantos da casa e ainda posso fazer alguma coisa.

Nos meus 50 anos de bispo não tenho outra mensagem a dar aos nossos jovens senão que procurem princípios que sejam bons, que olhem para a imensidão do céu e percebam que somos todos pequeninos e precisamos (de) ter fé em Deus, que não basta, porque o diabo também acredita em Deus, mas Jesus Cristo é o modelo que Deus nos deu.

PERFIL

Zacarias Kamwenho nasceu na aldeia de Chimbundo, província do Huambo, a 5 de Setemebro de 1934. Foi ordenado padre, a 9 de Julho de 1961 e, desde logo, nomeado para a Missão da Bela Vista e Vavayela que exerceu por oito anos.

Em 1968, foi designado pelo seu bispo, Dom Daniel Gomes Junqueira, a enquadrar a direcção do seminário maior de Cristo Rei (Huambo), tendo sido nomeado vice-reitor da instituição, em 1970, e chegou a reitor em Agosto de 1974, data em que foi ordenado bispo, na Solenidade de Cristo Rei do Universo.

Tomou posse como bispo auxiliar de Luanda a 1 de Dezembro do mesmo ano, assistiu à entrada dos Movimentos de Libertação, em Luanda.

A 31 de Agosto de 1975 ,tomou posse como bispo da diocese de Novo Redondo (hoje Sumbe), de onde só saiu em 1995 para o Lubango com o cargo de acerbispo-coadjutor e, dois anos mais tarde, assumiu o arcebispado do Lubango.

A 18 de Outubro de 2001, foi galardoado pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov. De 1997 a 2002, em dois mandatos, foi presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST) e do Comité Inter-eclesial da Paz em Angola (COIEPA).

Atingida a idade de reforma, em 2009 (75 anos), entregou o pastoreiro da Arquidiocese do Lubango a dom Gabriel Mbilingi, que se mantém no cargo. MS/IZ



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