Huambo – A secretária de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice Pinto de Ceita e Almeida, admitiu hoje, quinta-feira, no Huambo, a existência de um elevado défice de comunicação, entre o sector académico e a sociedade, em geral.
A responsável falava na abertura do Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário, com término previsto para sexta-feira (09), numa iniciativa da Universidade José Eduardo dos Santos, no quadro do Programa de Apoio ao Ensino Superior (UNI.AO).
Na ocasião, referiu que essa apreciação resultou de um diagnóstico realizado, recentemente, no Sector Nacional de Ciência, Tecnologia e Invocação, onde se deparou com um elevado défice de comunicação, entre os principais actores do mundo académico e científico e a sociedade, em geral, com a inclusão das empresas e o público.
Em consequência, continuou, constata-se uma fraca circulação do conhecimento e de colaboração, entre as empresas, instituições de investigação e o desenvolvimento, sobretudo, do sector agro-pecuário.
Segundo a secretária de Estado, estas debilidades colaborativas entre as instituições de ensino superior e as de investigação científica com as empresas, reflectem-se numa deficiente capacidade de incorporação no tecido económico dos resultados de investigação e desenvolvimento.
Adiantou que no contexto do diagnóstico efectuado, também, foram identificadas faltas de desajustes entre as competências produzidas no sistema educativo e as necessidades do mercado e um tecido empresarial constituído por unidades de reduzida dimensão que produzem bens e serviços de baixa intensidade em tecnologia.
Para contornar essas falhas, disse que o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação pretende aumentar os níveis de agregação, cooperação e interacção económica e científica.
Declarou que esta união surge como um instrumento de política de grande relevância, pois permite agregar empresas e entidades em torno de cadeias de valor, potenciando plataformas colaborativas e facilitadoras de sinergias intra e intersectoriais e da valorização económica do conhecimento.
De igual modo, defendeu a interacção com a sociedade como um elemento central do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, exigindo, para tal, o reforço da comunicação e a difusão de resultados não apenas aos agentes especializados, mas, também, a um vasto público, aproximando a ciência e a inovação.
“A cultura científica da sociedade não pode estar desvinculada da educação, da formação e da divulgação, assim como do reconhecimento das actividades realizadas pelos agentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (…), por isso, devemos apoiar o desenvolvimento e a consolidação das redes de comunicação e divulgação da ciência”, referiu.
Os participantes ao Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário, entre investigadores, pesquisados, académicos, professores, estudantes universitários, empresários e membros da sociedade civil de Angola, Cuba, França, e Itália, estão a analisar, em conferências e mesas redondas, diversos temas ligados ao sector agro-pecuário.
Constam temas sobre “O desenvolvimento da indústria agro-pecuário como factor impulsionador da economia”, “os desafios adequados da oferta formativa às necessidades do sector” e “”De que forma a produção científica pode contribuir para um sector pecuário produtivo e sustentável”.
O certamente será, igualmente, marcado com visitas em fazendas da província do Huambo, apresentação do primeiro curso de doutoramento para a Universidade José Eduardo dos Santos, de outros dois de mestrado e um de especialidades, com o apoio do UNI.AO, da realização de uma feira agro-pecuária e da primeira educação do concurso “Hachathon”.
Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário visa reflectir sobre as principais formas e canais de interacção, entre o mundo académico e a sociedade, bem como os principais obstáculos e desafios existentes nesta relação, assim como apoiar a criação e a implementação de uma plataforma forma de articulação entre as instituições de ensino superior, as empresas privadas, a sociedade civil e os organismos públicos locais. VKY/ALH