Huambo- O director do gabinete da Educação dna província do Huambo, Mário Rodrigues, recomendou hoje, sexta-feira, a necessidade dos professores e famílias prestarem uma assistência mais humanizada às crianças autistas, para a inclusão social efectiva.
Mário Rodrigues falava durante a instrução das famílias com crianças autistas em técnicas de terapia de Análise de Comportamento Aplicativo (ABA), numa iniciativa da Associação Angolana de Apoio às Pessoas Autistas e Transtornos Globais de Desenvolvimento (APEGADA) na província do Huambo.
Na ocasião, disse que os docentes e familiares das crianças com autismo autistas devem esforçar-se nas tarefas de socialização e na formação acadêmica para uma orientação mais independente, assim como a actuação comportamental moderada e controlada para a interação social positiva na comunidade.
Explicou que o autismo é uma forma diferente de ver o mundo, por isso, carece de cura e tratamento, mas a família pode desempenhar um papel humanista decisivo no melhoramento do comportamento das crianças, através da insistência comunicacional e paciente para a interacção social.
Lembrou que as crianças autistas apresentam défices de comunicação e dificuldades acentuadas de interacção social, porém o respeito, a tolerância, auto-estima, o carinho e o apoio assistencial podem favorecer na construção mais humanizada deste grupo, com necessidades especiais para o seu enquadramento na sociedade.
Mário Rodrigues salientou que as politicas educacionais sobre a pedagogia e a inclusão social do ensino/aprendizagem, serão observados rigorosamente na provincia do Huambo, para contribuir no desenvolvimento das crianças autistas, com foco no combate à discriminação social.
Revelou que, no ano acadêmico 2023/2024, foram matriculadas perto de 100 crianças autistas do ensino primário e ao I ciclo, distribuídas nos 11 municípios da província do Huambo, cuja as aulas são ministrados por 35 professores especializados.
Por seu turno, a psicóloga clínica Gizela Candoca explicou que, por via dos procedimentos técnicos de Análise de Comportamento Aplicativo, se pode moderar o comportamento das crianças autistas e constituir um ambiente humanizado que permite a interacção social nas comunidades sem efeitos colaterais.
Enfatizou que a terapia ABA muito utilizada na Psicologia Comportamental ajuda na implementação sistemática da comunicação alternativa e a integração sensorial, para que o autista possa ter uma compreensão gradual dos factores comunicacionais no ambiente familiar e o melhoramento da interacção social no circuito humano.
Apelou aos professores e às familiares a se engajarem, cada vez mais, na assistência das crianças autistas, por serem exigentes e quando a resposta for negativa, elas se tornam agressivas.
Precisou que, através das técnicas científicas ABA se torna possível modificar o comportamento e providenciar autonomia social das crianças autistas, assim como desenvolverem capacidades comunicativas aceitáveis e ter uma actuação normal na comunidade de forma mais incluída.
A terapia ABA ( em inglês, Applied Behavior Analysis) é utilizada para as pessoas com transtornos do espectro autista que apresentam dificuldades no processo de socialização, aprendizagem e as tarefas essenciais para a sobrevivência humana relacionadas com a necessidade de se alimentar e auto-cuidar no dia a dia.
A APEGADA é uma organização da sociedade civil, apartidária, filantrópica de solidariedade social fundada em fevereiro de 2013.
Esta instituição tem como objectivo de apoiar às pessoas com transtornos globais de desenvolvimento e aquisição da linguagem, deficiência intelectual relacionado com síndrome de “down”, “Rett” e outros com mobilidade reduzida(paralisia cerebral) e perturbações do espectro de autismo moderado.
Na província do Huambo, a APEGADA começou as suas actuações em 2023 onde controla perto de 178 pessoas com autismo. LT/JSV/ALH