Cuito - O projecto Unidos pela Educação, que visa contribuir para melhoria do ensino primário, chegou ao município do Cuito, província do Bié, com acto de formação de professores e encontro sobre mobilidade de professores e alunos.
O projecto, uma parceria entre o Ministério das Educação, o Centro de Estudos Ufolo e a Fundação Ulwazi, intervém nas áreas de formação de professores, de gestores escolares, reabilitação de escolas e apetrechamento.
Falando, esta segunda-feira, à ANGOP, no final do encontro sobre mobilidade de professores e alunos, o presidente do Conselho de Administração do centro de estudos Ufolo, Rafael Marques, defendeu a criação de um sistema híbrido de educação no país, para reduzir os níveis de absentismo ou mesmo desistência escolar, sobretudo em alunos que vivem distantes.
O sistema híbrido defendido por ele consiste na criação de um formato semi-presencial do aluno, através da criação do professor ambulante.
Deu como exemplo as crianças da aldeia de Chilemo, na comuna de Chicala, no Cuito, que percorrem cerca de 26 quilómetros a pé para chegarem à escola.
A ideia, segundo o tambem jornalista, é trabalhar com os diferentes sectores, como a associação de taxistas, moto-taxistas, polícia nacional e outros, para encontrar soluções que permitam reduzir o esforço que as crianças fazem em busca de uma boa educação.
A nível da formação, 110 professores do Cuito estão a frequentar um curso de agregação pedagógica mais actualizada em termos de metodologias de ensino, para melhorar a qualidade no processo de ensino e aprendizagem, cujo término está aprazado para sexta-feira próxima, dia 31.
O encontro sobre mobilidade de professores e alunos reuniu dois painéis que debruçaram-se sobre as contribuições para a mobilidade dos professores, bem como as propostas de ensino à distância.
No acto, o director municipal da educação no Cuito, Nelson Cacungula, apontou a comuna da Chicala, que dista a 62 quilómetros, a mais preocupante, por nesta comunidade as crianças percorrerem mais de cinco quilómetros para chegarem à escola.
Segundo um relatório do Ministério da Educação (MED), que a ANGOP teve acesso no local, o país funcionou, no ano lectivo passado 2021/2022, com um total de 14 mil 157 escolas, sendo 10 mil 128 públicas, 704 público-privado e três mil 325 privadas, perfazendo 104 mil e 366 salas de aula, que absorveram um total de oito milhões 481 mil e 458 alunos da iniciação a 13ª classe.
Estas turmas foram asseguradas por 203 mil 220 professores.
O relatório aponta uma maior concentração de escolas públicas em Luanda, Huíla, Uíge, Cunene, Malanje, Benguela, Huambo e Bié.
No evento interviram igualmente o director municipal dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana do Cuito, Zeferino Cândido Tomás, o segundo comandante municipal da Polícia Nacional no Cuito, Humberto Moisés, e Manuel Filipe Vicente, do departamento de Inovação Tecnológica do ministério da Educação.
O Projecto Unidos pela Educação, implementado desde 2021, começou no Kwanza Norte. Já funciona em Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e Huambo. Neste momento abrange apenas as capitais provinciais. LB/PLB