Huambo – Pais e encarregados de educação na província do Huambo manifestaram-se, esta quarta-feira, preocupados com a subida, nos últimos dias, dos preços dos materiais escolares, o que requer maior atenção e fiscalização das autoridades.
Em declarações à ANGOP, a propósito dos preparativos do ano lectivo 2024/2025, cujo início das aulas estão marcadas para a próxima segunda-feira, disseram ser uma situação complicada, que está a condicionar a compra do material didáctico de qualidade, tendo em conta actuais dificuldades financeiras que as famílias enfrentam.
João Baptista, encarregado de educação de cinco alunos, disse que os preços estão altos, e, para os seus educandos, comprou, por enquanto, materiais apenas para três filhos, num investimento acima de 10 mil Kwanzas.
Salientou que não está fácil comprar mochilas e cadernos de qualidade para os filhos, pois, nas últimas semanas, os preços dispararam, devido à elevada procura, por parte dos pais e encarregados de educação, que se faz sentir nos 11 municípios da província.
Cristina Eduardo, mãe de dois alunos da 5ª e 9ª classes, disse que, por conta dos preços elevados, comprou, na última segunda-feira, duas embalagens de cadernos, para que os filhos comecem com o ano lectivo e, posteriormente, fará o acréscimo do necessário.
Frisou que muitos encarregados estão a recorrer aos mercados informais, por estar um pouco mais reduzido em comparação às lojas tradicionais de venda de material escolar e supermercados, situação que deveria merecer pronta atenção das autoridades.
Daniel Luakuiti lamentou a subida dos preços, desde uniformes, mochilas, cadernos, lapiseiras e outros, o que demonstra haver algum aproveitamento dos agentes comerciais.
Defendeu a criação de locais ou mercados apropriados para a compra de livros, sobretudo, do ensino primário, para conter o aproveitamento e a especulação do mercado.
Angelina do Carmo informou que preferiu comprar os cadernos em Junho último, pelo facto de, nesta fase do ano, geralmente, se registar subida dos preços dos materiais.
Martinho Sequesseque, encarregado de educação de quatro alunos, disse que o custo para aquisição destes meios não está fácil, tendo em conta a desvalorização contínua dos salários.
Pediu a subvenção dos preços dos livros ou que se exerça uma maior fiscalização do Governo angolano, para que estes estejam acessíveis a todos.
Numa ronda nos mercados formais e informais, a título de exemplo, as mochilas variam de cinco a 10 mil Kwanzas, enquanto a embalagem de caderno varia de KZ três mil a seis mil, a depender da qualidade e do tamanho, sendo que os livros vão de sete mil a 25 mil, mais três vezes comparativamente aos últimos dois meses.
Novecentos e 43 mil 962 alunos vão frequentar nos vários subsistemas de ensino o ano lectivo 2024/2025 na província do Huambo, mais 33 mil comparativamente ao período anterior. ZZN/JSV/ALH