Luanda – O projecto de Empoderamento de Raparigas e Aprendizagem para Todos (PAT2), lançado esta sexta-feira, vai beneficiar mais de um milhão de cidadãos e distribuir 620 mil bolsas de estudos, anunciou a ministra da Educação, Luísa Grilo.
A ministra, que intervinha na cerimónia de divulgação do PAT II, em cerimónia orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, sublinhou que o projecto avaliado em 250 milhões de dólares, por cinco anos, deve atender cerca de seis milhões de alunos, garantir a sua formação multifacetada.
Luísa Grilo explicou que espera-se com o projecto empoderar raparigas angolanas com informação e serviços de saúde sexual e reprodutiva a 300 mil jovens, entre os 12 e os 17 anos de idade, dos quais 180 mil raparigas para garantir um decréscimo da gravidez em idade escolar.
O projecto visa ainda, segundo Luísa Grilo, prevenir a violência baseada no género, incentivar a permanência e ou o regresso à escola por meio da concessão de bolsas de estudos para os mais vulneráveis, assegurar a prevenção da higiene íntima e o abastecimento de água e casas de banho funcionais.
Entre os objectivos, consta ainda proporcionar uma educação de segunda oportunidade, massificando o programa de recuperação do atraso escolar, trabalhando para que adolescentes e jovens tenham a possibilidade de concluir a escolarização obrigatória e adquirir competências profissionais.
Conforme a ministra, é, igualmente, pretensão, conferir maior segurança às instituições de ensino, promover a inclusão escolar e garantir um ensino de alta qualidade para todos, assim como construção, expansão, reabilitação e reforma de escolas mais complexas, especialmente as do ensino secundário.
A ministra adiantou que contempla também intervenções em quatro mil salas de aulas para beneficiar 280 alunos, por ano lectivo, o apoio ao desenvolvimento profissional de 120 mil professores, a formação em gestão de 10 mil directores de escolas e supervisores educacionais, para atender cerca de seis milhões de alunos.
A terceira componente ligada à gestão, monitoramento e avaliações do projecto deve reforçar a capacidade de gestão do pessoal do Ministério da Educação, dos gabinetes provinciais e direcções municipais.
Por seu turno, o director regional do Banco Mundial, Jean Carret, declarou que não haverá investimento mais impactante para o futuro do país do que o empoderamento das raparigas, visando reduzir à pobreza, impulsionar o crescimento económico e o bem-estar dos angolanos.
Para Jean Carret, manter as raparigas na escola e garantir que aprendam, provavelmente, trará muito mais ganhos que qualquer outro investimento público.
Acredita que alargar a educação das raparigas é um instrumento político para alcançar os compromissos de Angola para pôr fim ao casamento prematuro consagrado na Carta Africana dos Direitos e bem-estar da criança e na convenção internacional dos direitos da criança.
O responsável aconselhou também a educação dos rapazes para que tenham atitude consciente e a construção de escolas mais seguras garantindo a protecção das crianças.