Luanda – O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, disse hoje (terça-feira), em Luanda, que o país necessita de professores e escolas 4.0, com foco no programa Angola de 2050 e na quarta revolução industrial.
Ao discursar na abertura do primeiro encontro nacional sobre o Ensino da Engenharia em Angola, defendeu que a formação de engenheiros qualificados e de outros quadros depende da boa qualidade do sistema de educação e ensino.
Adiantou que a formação de bons engenheiros depende também da qualidade e excelência dos professores, que devem ser dignificados, valorizados, respeitados e acarinhados.
Enfatizou que se deve continuar a apoiar as medidas do Executivo, no sentido de posicionar o professor como figura central de todo o sistema de educação e ensino, assim como exigir a sua formação superior em todos os níveis, e, com a adição da agregação pedagógica, aproveitar-se os milhares de jovens licenciados, mas sem emprego.
Ao reconhecer que Angola inicia o seu caminho rumo à modernização territorial e urbana, Bornito de Sousa considerou que o sistema de educação e ensino deve privilegiar a formação tecnológica e profissionalizante e a empregabilidade das formações, para gerar especialistas que produzam obras duradouras e de qualidade, combinando evolução e modernidade com os valores positivos da cultura e tradição ancestrais angolanos.
Salientou que o sistema de educação e ensino deve favorecer e estimular a cooperação entre as universidades e institutos nacionais com as melhores instituições congéneres do mundo, assim como com empresas nacionais, governos locais e a Ordem dos Engenheiros de Angola, com vista a conferir maior qualidade e fiabilidade às obras realizadas no país.
"Importa também para esse fim, publicitar, apoiar a execução e aplicação dos projectos de angolanos de sucesso, como os que têm sido premiados em feiras internacionais de inventores", recomendou.
A formação de engenheiros muito bem qualificados, adiantou, está intrinsecamente ligada a um sistema de educação e ensino de excelência e ao sucesso do processo de desenvolvimento sustentável do país, devendo servir e contribuir para resolver os problemas concretos dos cidadãos, das instituições, das comunidades e do país.
Angola deve alinhar-se com as agendas nacional, africanas e globais de desenvolvimento e modernização, como o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, a Estratégia Angola 2025/2050, o “PLANEAT 2025” (Plano Nacional Estratégico da Administração do Território 2025), a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), a Plataforma de SENDAI sobre desastres 2030, a Agenda África 2060 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.
Bornito de Sousa considerou que o país tem que superar os desafios actuais da água, luz eléctrica, comunicações, disponibilidade de alimentos, entre outros, e alinhar-se a um mundo em rápida evolução tecnológica, que já ensaia a tecnologia 6G, os voos espaciais turísticos, a inteligência artificial, a armazenagem em nuvem de zettabytes ou yottabytes de informação, a impressão 3D de edifícios de habitação ou de órgãos humanos.
A escola 4.0 consiste em um modelo de comunicação, que prioriza as necessidades da indústria 4.0, um dos pilares da quarta revolução industrial.
Nessa nova era, a Internet das Coisas (IoT), a inteligência artificial e outros recursos tecnológicos são empregados para dinamizar os processos em vários sectores industriais.