Moçâmedes- A ministra da Educação, Luísa Grilo, afirmou, esta segunda-feira, em Moçâmedes, província do Namibe, que a implementação dos exames nacionais acontece este ano lectivo no país de forma piloto.
Para o efeito, adiantou, decorre o processo preparatório, com a criação das primeiras equipas que vão trabalhar na elaboração das provas e sua materialização nas 6ª, 9ª e 12ª classes.
A governante falava no quadro de uma visita a algumas instituições de ensino primário, I e II ciclos, no município de Moçâmedes, no âmbito da sua jornada de trabalho de três dias ao Namibe.
Luísa Grilo considerou ser um processo que está a ser executado com muita cautela e rigor, reconhecendo mesmo existirem várias dificuldades.
“Não podermos continuar a trabalhar com base na especulação. Precisamos saber o que é que cada província ou município oferece, em termos de aprendizagem”, disse a ministra.
Reconheceu existir diferenças em termos de diversidade de administração de conhecimentos, mas há um mínimo nacional de conteúdos formativos que é obrigatório e que todos devem dominar.
“ O exame nacional serve para aferir este mínimo nacional, pois as suas adaptações devem ser aferidas com base na avaliação contínua, visto que o próprio currículo contempla 70 por cento nacional e 30 por cento da responsabilidade local”, acrescentou.
Ministra elogia funcionamento do sector no Namibe
Em relação as visitas efectuadas as instituições de ensino, mostrou-se satisfeita pelo facto de as ter encontrado em bom estado de conservação e com laboratórios em funcionamento.
Como exemplo, apontou o Complexo Hélder Neto que tem oficinas para aulas práticas, perspectivando-se que, após o término da formação académica, possam trabalhar, não com diplomas, mas com competências profissionais.
A satisfação da governante cingiu-se ainda em relação a outras escolas muito bem organizadas onde encontrou crianças motivadas e com vontade de aprender, sendo que muitas com seis anos já saber ler.
Por isso, encorajou os profissionais do sector a redobrar esforços no processo de ensino, para que a província do Namibe continue a ser um exemplo em termos de Educação.
Na província do Namibe, o ano lectivo 2020/2021 foi considerado positivo, a julgar pelo número de alunos que transitaram de classe, com uma taxa na ordem dos 80 por cento de aproveitamento escolar, contra os 76 do igual período anterior.
Dos 138 mil 560 alunos matriculados nos vários subsistemas ensino, segundo o director do gabinete provincial de Educação, Juventude e Desportos, Valério Arcanjo, 89 mil 892 aprovaram de classe, dos quais 45 mil e 78 do sexo feminino.
Apontou ainda que no ano lectivo findo, 26 mil 226 crianças abandonaram às aulas, devido à seca que se faz sentir na região ao sul do país, sendo o município mais crítico o do Virei , onde 12 mil 232 petizes não concluíram o processo de aprendizagem.
A implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) permitiu a construção, reabilitação, ampliação e apetrechamento de escolas, possibilitando a entrada no sistema de ensino mais de dez mil crianças, ficando assim de fora três mil e 60 crianças.
O PIIM permitiu construir até ao momento 128 novas salas de aula e a reabilitação de outras 50.
O sector da Educação na província conta com 195 escolas e cinco mil 850 professores.
No seguimento da sua visita, Luísa Grilo trabalha terça-feira o município do Virei, onde vai manter um encontro com os quadros do sector e, quarta-feira, dirige o acto central do 8 de Setembro, Dia Internacional da Alfabetização.