Lobito – A ministra da Educação, Luísa Grilo, considerou, esta quarta-feira, em Benguela, incipiente a educação inclusiva no país.
Segundo a governante, que falava à imprensa à margem da terceira Conferência sobre Boas Práticas no domínio da Educação Inclusiva, estas conferências surgem para imprimir maior dinamismo a este segmento, através da troca de experiências no domínio da gestão escolar, no sentido de se melhorar e consolidar o que já foi feito.
Questionada sobre a acessibilidade dos alunos com deficiência, Luísa Grilo reconheceu falhas, tanto da parte do seu ministério como do das Obras Públicas, na altura da implementação dos projectos do Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM).
Segundo a ministra, em algumas províncias não se teve em conta este aspecto na altura da construção das escolas, devido a falta do conhecimento necessário sobre esta matéria. Por outro lado, o seu Ministério não foi capaz de dialogar atempadamente com o seu parceiro, com vista a incluir estas necessidades.
Para ultrapassar este constrangimento, a ministra afirmou que a situação está a ser corrigida, com a introdução de rampas nas escolas, para facilitar a mobilidade dos alunos portadores de cadeiras de rodas.
Na sua primeira visita a Benguela, desde que é titular do Ministério da Educação, Luísa Grilo afirmou que “em termos de Educação Inclusiva, esta província é a que mais apostou, quer na formação de quadros, como nas políticas dirigidas à inclusão".
Em relação à Conferência, realizada sob o lema “Educação Inclusiva de mãos dadas com as Boas Práticas", o director-geral do Instituto Nacional de Educação Especial, Fernando Laureano Sobrinho, salientou que é o grande desafio actual dos sistemas de Educação no mundo, razão pela qual, o Ministério tem o compromisso de apoiar a diversidade humana.
“Em 2017, fizemos aprovar o Decreto Presidencial 187/17, sobre a política de Educação Especial, orientada para a inclusão escolar”, lembrou o director.
Por sua vez, a chefe de departamento dos Serviços do INEE, Antonieta Gonçalves, afirmou que um dos desafios da política nacional de Educação Especial são os serviços de apoio, referindo-se concretamente ao atendimento especializado, que é, segundo ela, uma modalidade que o sector deve oferecer aos alunos com deficiência.
“Vamos nos debruçar sobre os regulamentos de salas com recursos multimodais e alertar aos colegas que fazem o atendimento e formação de outros, que ainda desconhecem a política de Educação Especial, para estarem alinhados com os normativos”, realçou.
Na sua intervenção, a vice-governadora para a área política, social e económica, Lídia Amaro, atribuiu “grande importância” ao evento, afirmando que contribui para a construção de uma sociedade inclusiva e ao mesmo tempo, é uma resposta aos anseios do público alvo da Educação Especial e da sociedade em geral.
A vice-governadora defendeu que a situação requer um trabalho redobrado no sentido de garantir os recursos especializados, meios humanos para que toda a população escolar, independentemente da sua diferença, tenha acesso, permanência e aproveitamento escolar.
“Temos de despertar no aluno o interesse pela aprendizagem e conhecer outras práticas pedagógicas que auxiliam nesta tarefa, pois, podemos expandi-las e adaptá-las às nossas necessidades e realidades”, concluiu.
Nesta terceira Conferência, a decorrer durante dois dias na cidade de Benguela, estão também representantes das províncias do Uíge, Malange, Cuanza Sul e Cuanza Norte.
A província do Bengo albergou a primeira Conferência, enquanto que a segunda ficou sob responsabilidade do Moxico