Luanda - O Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação (MESCTI), em parceria com o governo francês, trabalha para a criação de cursos nas áreas das ciências agrárias e veterinárias nas províncias do Moxico, Lundas Norte e Sul e Cuando Cubango.
De acordo com a ministra, Maria do Rosário Sambo, que falava, esta quinta-feira, em Luanda, durante os Conselhos Nacional do Ensino Superior (CNES) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), a sua implementação será feita de forma estruturada, conhecendo a oferta existente nos níveis precedentes e preparando os futuros docentes com formação no exterior, tal como foi feito com curso agro-alimentar.
Recordou que a aposta por estas localidades também está ligada à implementação nestas zonas, numa primeira fase, com a implementação do Programa Planagrão, criado recentemente pelo Executivo.
Durante o certame foram abordados vários aspectos, com destaque para o relatório dos Exames de Acesso 2022/2023 que apontam a fraca oferta nas áreas das ciências agrárias e veterinárias, das ciências naturais e de humanidades e artes, assim como pouca procura formativa em cursos de educação e formação.
O documento descreve também, que a maior oferta de vagas ainda se regista nas áreas das ciências sociais e consequentemente com mais número de candidatos.
Ainda neste dossier, foram registadas 14 irregularidades cometidas pelas instituições de ensino superior públicas e privadas, que resultaram em multas e encerramento de cursos e instituições.
Por outro lado, a especialista e prelectora do Programa de Apoio ao Ensino, Elsa Rodrigues, que falava sobre a igualdade do género nas Universidades em Angola apontou que 46 por cento dos estudantes de graduação em Angola são mulheres.
Revelou também que apenas 24 por cento das mulheres estão matriculadas em cursos de pós-graduação, assim como fraca presença feminina em cargos de poder formal, de autoridade e de alto estatuto e baixa frequência de mulheres nos cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Disse que o mesmo revela que a falta de apoio familiar e institucional para progressão e conclusão dos estudos, as barreiras impostas pelos gestores das Instituições do Ensino Superior (IES), o preconceito relativo ao papel da mulher na sociedade, aliada a cultura de silêncio, constitui algumas das problemáticas identificadas.
Para responder esse desiderato recomendou a inclusão da igualdade do género nas políticas das IES, a criação de critérios de promoção equitativos, claros e explícitos para progressão na carreira profissional e ocupação de cargos de direcção e liderança. MGM/VIC